Se fosse só pelos indicadores, Adelita Becker não teria investido no negócio que tem hoje. Isso porque a curitibana de 33 anos é dona da Leitura Genial, empresa que personaliza livros, transformando crianças e seus amiguinhos em protagonistas de histórias infantis. Mas como se sabe, o Brasil não é um país em que a cultura de ler impera. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura, 44% dos brasileiros não têm o hábito de ler e 30% nunca compraram um livro.
No entanto, a identificação com o mercado foi maior, assim como o seu propósito. “Procurei várias oportunidades de negócio, mas me identifiquei com os livros, por ser diferente e, claro, poder colaborar com o aprendizado e desenvolvimento da criança para o futuro”, conta.
Formada em turismo, Adelita teve diversos empregos em sua área de atuação e também morou por um tempo no Rio de Janeiro. Mas ao voltar para a terra natal, decidiu empreender, ideia que já era antiga. “Sou licenciada da Genial Books e, com a Leitura Genial, produzo livros infantis personalizados, em que insiro o nome da criança na história (já pronta) e ela interage com mais três amiguinhos. Os livros possuem capa dura, 36 páginas, tamanho A4 e são coloridos. Eu os monto, num processo manual, insiro uma dedicatória e quem presenteia. Por fim, entrego as obras em casa”, resume ela.
Investimento em educação
Para colocar o sonho de criar o próprio negócio em prática, Adelita investiu em vários cursos, palestras e networking. “Aumentei a rede de amigos, aprendi sobre finanças, experiência em geral com outros empreendedores.”
Mais que conhecer pessoas e ter liberdade para criar, Adelita se orgulha por entregar um produto que estimula o aprendizado das crianças. “Livros são de fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano, a leitura, as palavras, a iniciação vocabular que o livro proporciona, uma vez que o seu nome está impresso no livro e o incentivará a ler”, acrescenta.
Porém, lamenta a falta de atenção e interesse das pessoas em novas propostas de negócio. “Nos dias de hoje, as pessoas não têm tempo para acolher, receber as pessoas interessadas em fazer parcerias, em abrir os olhos para outras empresas. Todos os dias temos novas ideias, atitudes do bem, para um mundo melhor. Porém a maioria das pessoas não tem tempo de parar e pensar. Em um mundo tão conectado, se preocupam em tarefas que não são necessárias. Digo isto, pois, no meu trabalho (empresa) vejo muita dificuldade em as pessoas conhecerem o produto. Ou seja: reservar quatro minutos para ler a apresentação dos livros e como funciona.”
A produção dos livros, a partir deste sábado, será estrategicamente reduzida. Isso porque a empreendedora agora trabalha no livro do bebê da primeira filha, Larissa – sonho de ser mãe que ela está prestes a realizar.