Entrevistas

Arlete Lima: empreender para fazer a diferença

Natural de São Luís do Maranhão, Arlete de Oliveira Lima não tinha a menor necessidade de mudar: construiu uma carreira de 13 anos na área de RH em multinacionais, desenvolvendo projetos no Brasil e internacionalmente. Mas o que fez a libriana de 37 anos a adotar um novo caminho, no qual a estabilidade não é regra, foi a vontade de fazer a diferença na vida das pessoas.

Hoje, ela trabalha como Coach pela internet, a fim de desenvolver carreiras e realização profissional. “Quando trabalhamos em empresas, temos de seguir as direções da companhia. Entendi que era a hora de seguir meu o direcionamento próprio para ajudar pessoas. Gosto de interagir com o pessoal. Tudo que faço tem um foco para chegar em alguém, levar um conteúdo, fazer com que a pessoa se desenvolva e seja percebido como um profissional diferenciado. Eu costumo dizer que o meu trabalho é ajudar as pessoas a construírem o seu caminho profissional e se sentirem mais felizes e realizadas com o que fazem”.

Formada em administração com pós-graduação em gestão de pessoas, Arlete já somava ampla experiência com desenvolvimento de lideranças, carreira e treinamentos. Mesmo assim, especializou-se como coach em 2011 e, há um ano, decidiu investir no próprio negócio. “Uma das dificuldades é largar o nosso eu e as coisas que achamos boas. O que me interessa pode não agradar aos outros, assim como o que não é o mais interessante para mim vai agradar as outras pessoas”, conta.

Além de identificar os interesses do público-alvo, outro obstáculo inicial foi desenvolver habilidades que, até então, ela não precisava ter. “Hoje o que demanda mais de mim é como gerenciar o negócio. Tenho que desenvolver a estratégia e executá-la. Tenho de escrever, produzir vídeos e atender os meus clientes. Atuar em várias frentes é um grande desafio, mas esses que são legais”, continua.

Para as mulheres que, assim como ela, desejam trocar a carreira corporativa pela autônoma, uma das dicas que a empreendedora hoje radicada em Campinas dá é aprender a delegar. “Ela não vai conseguir fazer tudo sozinha e precisa envolver outras pessoas no negócio”, observa. “A empreendedora também precisará saber o que quer e qual é o seu objetivo. No entanto, ela não pode ser inflexível, porque ela idealiza algo, mas as coisas vão tomando outro direcionamento.”

Empoderamento

Além de ajudar as pessoas a melhorarem suas performances profissionais, desenvolvendo foco, organização, comunicação, liderança, realizar uma transição de carreira ou conquistar novas colocações no mercado de trabalho, Arlete é co-fundadora do Programa Suba no Salto e Tome as Rédeas da Sua Vida. Este acontece em encontros presenciais com mulheres que querem desenvolver-se em todas as áreas da vida. “O projeto visa desenvolver o mindset da mulher, que cada vez mais é cobrada por assumir muitos papeis na sociedade – mulher, mãe, empreendedora, amante – e ser bem sucedida em todos eles. O mais legal é vê-las resgatando a sua essência e definindo prioridades ligadas ao seu propósito de vida”.

Depois de trabalhar o primeiro grupo de mulheres, o programa terá sua segunda edição iniciada já em abril. “A mulher tem muita dificuldade em precificar o que ela faz. Ela quer que aquele negócio gere apenas uma renda complementar para a família, mas não enxerga as possíveis oportunidades e como fomentá-las”, observa, acrescentando que, a partir de perguntas poderosas, é possível fazer com que a mulher questione o posicionamento dela e adote uma postura mais proativa, a exemplo da empreendedora, Alana Martins, que trabalha com marketing digital e conseguiu multiplicar os rendimentos por 10 em apenas dois meses.

 

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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