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Arte e moda do Majestafro: para Giselle Almeida, o céu é o limite

Nada pode parar Giselle Almeida. Baiana arretada, a jovem de 30 anos é filha de mãe solteira e desde muito cedo “ralou” pra ajudar a família no sustento da casa e também para “comprar as próprias vaidades”, porque para ela sempre foi importante estar bem com ela e com sua aparência física. Nem o Lúpus – doença  autoimune que pode afetar a pele, os rins, o cérebro e outros órgãos  e que descobriu aos 18 anos-, diminuiu o ritmo dela. Pelo contrário. “Faço da doença uma mola para impulsionar minha jornada diária de trabalho, porque amo trabalhar e o faço diariamente com muito amor, sempre sorrindo”.

Apesar de ter diversas experiências no mercado de trabalho, como assessora de cobrança e professora, Giselle tinha o empreendedorismo nas veias. “Sempre quis trabalhar para mim, minha insatisfação pessoal com os trabalhos para empresas sempre foram os mais frustrantes, era uma dedicação imensa, uma péssima remuneração, uma grande exigência por partes das empresas e uma questão de perder muitas horas presas numa mesma função tornando aquela rotina cansativa, maçante e muito desgastante mentalmente”, lembra.

Majestafro

Há um ano a frente da Majestafro, Giselle aposta na valorização e empoderamento da mulher como diferencial, promovendo a aceitação do corpo de mulheres curvilíneas. “Passei desenvolver moda plus size, trabalho com questões ligadas a arte e moda trazendo um pouco de moda agregada a questões artísticas e culturalmente interessantes para meu público-alvo”, define.

Desde então, ela aponta que a flexibilidade de tempo, não ter chefe e ter controle financeiro foram as principais mudanças positivas por ter mudado do regime CLT para ser dona do próprio negócio. “Amadureci muito, passei a ter ainda mais força e mais garra, passei a ter mais paciência com o caminhar das coisas, a não misturar dinheiro e poder, humildade sempre. Aprendi que ninguém cresce sozinho, aprendi que precisamos de todos o tempo todo e que se você correr na frente do que deseja você conseguirá. O céu sempre será o limite”, observa.

Porém, assim como a maioria dos empreendedores, recursos para investir na expansão da marca é um obstáculo. “O capital inicial para abrir a marca veio da venda de uma obra de arte do meu sócio e atual namorado, que é artista plástico e me ajuda a tocar a loja.”

Mesmo diante das dificuldades comuns dos empreendedores que estão começando os próprios negócios, Giselle tem convicção de que vai tingir todos os sonhos, desde os pessoais – que inclui casar, ter filhos e conquistar bens materiais-, até  expansão internacional da Majestafro. “Vou levar arte e moda para os quatro cantos do país e do exterior, mostrar o quanto a valorização da nossa cultura é importante e o quão necessário se faz ter mulheres e homens negros valorizados e representados da forma mais real possível”, pontua.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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1 Comment

  1. Adorei seu site! Com certeza voltarei mais vezes! Parabéns!

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