Você já pensou em fazer uma aula de ballet, mas com movimentos voltados para gorduras localizadas e executados em uma barra? A Jacqueline Ruscitto já. Tanto que desde a primeira vez que teve contato com o Barre Fit, ainda como aluna, a educadora física decidiu transformar a modalidade ainda pouco conhecida no Brasil em negócio.
Brasiliense formada na UnB, Jacqueline se mudou para São Paulo a fim de se aperfeiçoar. “A ideia era fazer a após e voltar. Neste meio tempo, conheci o pilates, acabei ficando para fazer a formação com uma profissional referência no País. Depois fiquei na capital para trabalhar com pilates, pois achei que o mercado era melhor que o de Brasília. Em seguida, conheci o namorado, casei, fui ficando e não pretendo voltar”, conta.
Para se diferenciar em um mercado de trabalho tão saturado e mal remunerado (os profissionais de educação física recebem, em média, R$ 2,5 mil por mês), Jacqueline investiu no próprio negócio e em inovação. “Ainda trabalho com pilates, mas decidi abrir o meu próprio estúdio.”
Nova modalidade
Nos Estados Unidos, o método barre já está consolidado e tem várias marcas homologadas a ministrarem a aula. No Brasil, ainda é uma novidade com poucos anos. Em geral, o treino é pautado por muita ginástica, boa parte dela feita nas barras. “Fiz algumas modificações para deixar como mais parecido com a minha metodologia, que também agrega pilates e yoga na dinâmica da aula”, continua Jacqueline.
A estratégia de negócio e expansão de Jacqueline não se resume às aulas. “Registrei a marca e agora ofereço o espaço, também estou formando professores que querem trabalhar com Barre Fit. A pessoa pode usar a minha marca, colocar no espaço, e o meu curso tem bastante do pilates também”, resume.
Outro diferencial do negócio é que Jacqueline investe em parcerias. “Por já conhecer forma como é feita na academia, fiz uma parceria que remunera o professor de acordo com o número de alunos. Não quero nenhum aqui professor ganhando pouco. Professor que tem aula cheia ganha muito mais, visto que o professor que tem aula cheia faz por onde.”
Hoje Jacqueline soma 50 alunos em seu estúdio em Moema. As aulas têm, no máximo, oito pessoas, pois um dos intuitos é a atenção que o professor pode dar ao aluno e, assim, corrigir erros. “Posso falar que 95% das minhas clientes têm o mesmo discurso: ‘Acho academia um porre’. Acredito no tratamento personalizado e, por isso, acabo criando intimidade com as clientes.”
Como conselho, Jacqueline afirma que as novas empreendedoras devem ter muita resiliência. “Não é fácil criar um negócio, principalmente no começo. Sem persistência, você não vai chegar a lugar algum. E além de persistência, a dona tem de estar presente no seu negócio o tempo todo e saber dividir tarefas. Mas ela precisa estar presente em todas as etapas, porque se você não está ali, o negócio degringola”, finaliza a brasiliense, que hoje sonha em ter todos os horários do estúdio cheios.