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Legado olímpico: o que as atletas podem ensinar às empreendedoras?

Por Camila Silva

Depois de um verdadeiro show de abertura, que restaurou a fé no País até das pessoas mais céticas como eu (veja bem: cética. Não idiota a ponto de ridicularizar o Brasil para se projetar, como fez uma humoristazinha por aí), acompanhamos verdadeiros legados além do esporte que as atletas têm deixado para todas nós, empreendedoras. Assim, o Voa, Maria ressalta toda esta inspiração para que você, empreendedora, se motive a ponto de fazer com que seu negócio conquiste mais e mais medalhas.

Afinal, as atletas mostram que nenhuma conquista vem por acaso. São anos de dedicação, treino, dificuldades como encontrar equipes, patrocinadores. Têm disciplina, foco e abrem mão, eventualmente, de compromissos sociais em prol do propósito de representar bem o País, de se destacar, de merecer uma medalha olímpica. Mas tanto as atletas quanto nós, empreendedoras, temos praticamente o mesmo objetivo: realizar sonhos. Por isso, inspire-se e mão à obra nesta semana que se inicia!

Sororidade e união

Quem nunca se assustou com os berros de Bernardinho, no comando da seleção masculina de Vôlei? Ou de diversos outros técnicos que chegam a hostilizar as atletas sob o seu comando (no último Grand Prix tinha um bem agressivo, mas não há nada que me faça achar o nome dele no Google. Se alguém souber, me avise, por favor!)

Pois Keli Kitaura, treinadora de ginástica artística da seleção é modelo de como respeito, carinho e cumplicidade com as atletas pode gerar resultados. O Brasil será representado pelas jovens Daniele Hypolito, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade, tendo Carolyne Pedro como reserva – equipe que tem grande chance de se destacar na competição a ponto de chegar ao pódio.

Mas qual é o grande diferencial de Keli? O suporte emocional que oferece às meninas. Tanto é que, após o incêndio do ginásio do Flamengo, em 2012, a técnica passou a morar com as atletas em Três Rios, no interior do Rio de Janeiro. “Apesar de não ter filhos ainda, procurei dar o máximo de respeito e orientá-las no que eu achava correto. Sempre com muito carinho. Foi uma boa experiência, e acredito que isso ficará marcado por toda a minha vida”, falou ao HuffPost Brasil.

Assim como no esporte, somente a sororidade (prática de impulsionar outras mulheres) e a união (entenda-se aqui também parcerias e atenção ao cliente) vai fazer com que sua empresa atinja resultados extraordinários. Afinal, sua empresa não existe se não tiver fornecedores e, principalmente, quem confie nos seus produtos ou serviços.

Superação

Sem sombra de dúvidas, uma das histórias mais emocionantes do Rio 2016 é a de Yusra Mardini, jovem síria que nadou mais de três horas e meia para salvar os passageiros da embarcação em que fugiam de Damasco, capital síria, e da guerra civil em busca de uma vida melhor. “Eu quero representar todos os refugiados para mostrar a todos que, depois da dor, depois da tempestade, vem a calmaria. Eu quero inspirá-los a fazer algo bom de suas vidas”, declarou.

A vida do empreendedor é cheia de altos e baixos, independente do tamanho da empresa. E tal instabilidade não é exclusiva de pequenos negócios. Afinal, quantas empresas já não quebraram por diversos motivos? A Polaroid, que foi meu sonho de consumo da infância, já não existe mais. A Oi soma tantas dívidas que está à beira da falência.

Então se você, empreendedora, está passando por um momento complicado, seja para iniciar ou para consolidar a sua empresa, acredite: você não está sozinha. Mas como diz a bela Yusra, depois da tempestade, vem a calmaria. E para conquistar esta calmaria, prepare-se, já que você vai ter de trabalhar muito.

Longo caminho pela frente

Neymar? Pelé? O melhor jogador da seleção canarinho de futebol é a Marta, que mais que os recordes nacionais, a a alagoana de Dois Riachos já detém recordes mundiais:  também a única atleta do futebol a vencer o prêmio de Melhor Jogadora do Ano por cinco anos consecutivos (2006, 2007, 2008, 2009, 2010). Também marcou mais gols que Edson Arantes do Nascimento na Seleção Brasileira: são 100 gols dela ante 95 gols de Pelé.

Mas ainda que seja a melhor atleta dos últimos tempos, o salário dela nem se compara ao de Neymar: enquanto o craque recebe 57 milhões de euros por ano, Marta tem dificuldade para encontrar uma equipe feminina financeiramente sustentável. Estima-se, assim, que o salário da craque não chegue sequer à casa dos milhões.

O número de mulheres à frente de grandes corporações ainda é pequeno. Mas assim como a Marta, todas nós podemos (desde que este seja o nosso propósito, claro) nos tornarmos referência no que fazemos.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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