Entrevistas Negócios digitais

Viciada em maternidade, Stéphanie Brasil transformou o sonho em empreendimento

Quando perguntamos à Stéphanie Brasil qual é o sonho dela, a resposta é simples: “mostrar aos filhos que eles não precisam seguir aquilo que dizem para eles, mas que se eles correrem atrás dos próprios objetivos, independente de quais sejam, serão bem sucedidos”.  Esta, aliás, foi a constatação que ela mesma teve ao longo da vida.

Formada em Direito, Stéphanie conta que o desejo era seguir carreira como jornalista, mas foi dissuadida pela família, já que tal segmento “não lhe daria dinheiro”. Assim, ela acatou a sugestão e consolidou sua posição em uma empresa familiar de advocacia voltada para o mercado financeiro até a gravidez. “Atuei durante oito anos. Quando engravidei do meu primeiro filho, lancei um blog Maternólatra [viciadas em maternidade] falando sobre os dilemas reais de ser mãe, pois estava na melhor posição que poderia alcançar na carreira e, por isso, meu filho ficava 12 horas na creche. Me sentia culpada”, conta ela, que ganhou vários seguidores.

A decisão de mudar de vida surgiu junto com o fim da segunda licença-maternidade, quando a vida ganhou um novo sentido e ela queria viver de uma alternativa relacionada à arte de ser mãe. A primeira tentativa de obter renda foi rentabilizar o blog. Mas sem êxito inicial, aproveitou sua visibilidade para vender roupas infantis em um brechó on-line. “Me tornei conhecida na cidade [São José dos Campos] e, em pouco tempo, rentabilizava mais do que se estivesse no mundo corporativo”, continua.

Superação

Mas a decisão de ser dona da própria vida causou problemas que Stéphanie nem imaginava. Diante da sua postura mais independente e autônoma, o então marido pediu divórcio pouco tempo depois que a nova empreendedora deu a luz. Mas em vez de se deixar abater, Stéphanie viu a separação como um novo rumo para a vida dela. “Foi um processo libertador. Mudei tudo em mim, pintei o cabelo e fiz coisas que ele não me deixava fazer. Se eu queria sair à noite em um evento de networking, tinha que pedir ‘pelo amor de Deus’ para ele. Desta situação, quero ensinar autoestima aos meus filhos.”

Repaginada, hoje Stéphanie ampliou o alcance do Maternólatra para eventos presenciais, em que os temas das palestras são cuidadosamente pensados para resgatar socialmente a mulher, além de cursos de gestantes. “Ela pode levar os filhos, mas os eventos são para as mães, com a premissa de ser sempre um evento grátis. Também costumo brincar que conquisto a mãe desde o positivo [do teste de gravidez]”, observa.

Com o apoio de 32 empresas locais, o Maternólatra promove dois encontros por semana, demanda que, para ser atendida, Sthéphanie montou uma equipe gestora de cinco mulheres. Já a ela cabe a tarefa de encontrar novas parcerias.

Stéphanie também mudou o próprio ramo de atuação, agora trabalhando por conta própria, como defensora da Vara da Família, em que requisita pensão alimentícia, entre outros assuntos relacionados à paternidade em geral.

Sobre como o empreendedorismo mudou sua vida, a advogada de São José dos Campos comemora o impacto que causou na vida de várias mulheres. “Lancei aulas de como lançar um brechó on-line. Várias pessoas deram feedbacks de que eles estão conseguindo prosperar”, finaliza ela, que continua tendo como objetivo de vida trabalhar para mudar o mundo e transformar o Maternólatra no ‘Google da Maternidade’.

 

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

Você também vai gostar de

Posts populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *