Entrevistas

#10MilMarias: O pole dance de Tânia Freitas, do Keep Up Studio

Um esporte que encanta, desperta curiosidade, mas que ainda tem a imagem distorcida. Ainda que apresente diversas modalidades, talvez o pole fitness a mais popular atualmente, o pole dance ainda é visto como uma dança sensual típica de cabarés e casas de strip-tease. Mas esta imagem está se dissipando. A prova? Cresce cada dia mais o número de estúdios e também de adeptos e de estúdios cresce cada vez mais no Brasil.

É neste contexto em que se encontra Tânia Freitas, educadora física, professora de pole dance e diretora do Keep Up Studio, localizado em São Bernardo do Campo, São Paulo. Mais que quebrar estigmas, a jovem empreendedora de 26 anos se preocupa ainda em desenvolver a autoestima das alunas, em oferecer um ambiente seguro e acolhedor durante as aulas e em inovar todos os meses, sem deixar de lado a administração do negócio. Inspire-se na Tânia Freitas!

Voa, Maria: Conte um pouco sobre você e a sua trajetória?

Tânia Freitas: Nasci em São Bernardo do Campo [São Paulo]. Desde criança fui envolvida com ginástica rítmica e competições. Assim, nunca fiquei longe da dança e de apresentações artísticas. Só trabalhei como recepcionista de uma academia aos 17 anos. Aos 19 já trabalhava como professora de flexibilidade e pole dance. Posteriormente, comecei a  trabalhar com eventos e  shows relacionados ao circo e pole  dance. Cursei Educação Física na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Hoje em dia trabalho com o Keep Up e tenho meu coletivo de circo com espetáculo próprio.

Voa, Maria: Por que optou pelo empreendedorismo?

Tânia Freitas: Na verdade não foi uma opção. Foi um desafio que a Paula [Quintino, bicampeã brasileira de pole dance e antiga diretora do espaço onde Tânia empreende] me ofereceu e eu apenas pensei: “Por que não? Se não gostar, saio fora”. Mas no fim me surpreendi e muito com o quanto fui envolvi e gostei de ter meu próprio cantinho, fazer as coisas como acredito que é melhor e mais correto e também fazer as coisas com amor e cuidado. É uma forma diferente de sentir que pode mudar as coisas ao seu redor, o ambiente, a vida das pessoas e a sua própria.

Voa, Maria: Quais são as vantagens de empreender?

Tânia Freitas: As vantagens são que você realmente sente que tem o poder da mudança. Mudanças positivas. Não só em você, mas em um espaço físico, nas pessoas, na energia que coloca naquilo. Você fica mais inteligente 😂, porque tem de aprender na raça de tudo um pouco. Aprende coisas demais. Vê que é capaz de tomar conta de algo, fazer acontecer e não surtar. Vai se tornando mais corajosa com a vida. Não é fácil, mas é bem interessante.

Voa, Maria: E os desafios que encontrou para criar ou consolidar o Keep Up?

Tânia Freitas: Bom o desafio foi (e é) perceber que não se trata apenas de ser uma professora que não tem chefe e recebe a mensalidade das alunas. A ficha demorou bastante pra cair em relação a isso. De nada adianta se dedicar a dar uma aula incrível se a administração não está em ordem? Se a divulgação não é suficiente? Se o sistema não é funcional? Criar foi fácil. Gosto de pole dance, dou aula de pole dance e caiu na minha mão um estúdio de pole dance. O difícil é realmente fazer o trabalho por trás disso, que até então sempre alguém fez no meu lugar, pois antes sempre trabalhei para os outros.

 

Voa, Maria: Como superou estes desafios?

Tânia Freitas: Não tem segredo para superar esse desafio que não seja aceitar que você tem que saber fazer tudo, tanto quanto você sabe dar aula e vai. Então assim: estou no processo de superar isso [risos]. A cada dia aprendo mais coisas. Tenho ajuda das pessoas, pergunto, sou muito ligada em exemplos externos que tenho, reparo no que funciona em outros lugares, me pego tendo mil ideias para solucionar problemas e assim vai. É como um quebra cabeça que você vai entendendo o que encaixa ou não com o tempo.

Voa, Maria: Quantas alunas você tem no Keep Up?

Tânia Freitas: Aí você me pegou. No momento tenho em média umas 30 alunas, acho. Mas foi pensando de cabeça aqui então devo ter esquecido algumas pessoas [risos]. Dou 14 aulas semanais no Keep Up.

 

Voa, Maria: Como a imagem de dança sensual impacta o seu negócio?

Tânia Freitas: Negativamente bem pouco. O que percebo hoje em dia é que só quem é pouco informado sobre o assunto ou bem distante do pole dance ainda o vê com preconceito. Positivamente é maravilhoso ver as mulheres se interessando em desenvolver seu lado sensual, seja por diversão ou como um desafio próprio. As aulas de sexy pole tem uma energia muito legal, a gente se diverte bastante. Acho incrível as mulheres se disporem a fazer as aulas sem esconder isso do seu círculo social, sem terem vergonha, se orgulhando de aprender a dançar melhor, se verem do jeito que querem ser.  Na época que comecei, uns seis anos atrás, o cenário já era diferente. Eu mesma pensava duas vezes ao falar que fazia pole dance e olha que era o fitness, era atleta que ia para campeonato e tudo mais! Por um bom tempo escondi das pessoas de quem não era tão próxima, porque parecia estar fazendo algo errado. E também não estava disposta a encarar as piadinhas alheias e olhares estranhos, se é q me entende [risos].

Voa, Maria: Quais dicas você daria para as mulheres que, como você, sonham em ter o próprio negócio?

Tânia Freitas: Eu não sei que dica daria. Apenas escolha algo que você realmente ame muito e não tenha medo. Porém seja inteligente e tenha cartas na manga.

Voa, Maria: Qual é o seu sonho?

Tânia Freitas: Meu sonho? Trabalhar com muita paz, feliz, com dedicação e amando o que faço, vendo o quanto isso é importante para as pessoas e, claro, tendo um retorno financeiro bem legal, que me permita ter uma vida boa e tranquila.

 

Voa, Maria: Para você, empreender é…

Tânia Freitas: Empreender é ser incansável

Para saber mais sobre o Keep Up Studio, visite o Facebook e o Instagram da empresa. 

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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