Empreender era uma característica hereditária na família de Vera Probst, que tinha forte tradição no comercio. Vera, porém, mal chegou a trabalhar com família, pois aos 17 anos se casou e constituiu família.
Mas ser apenas dona de casa era pouco para ela. Quando os filhos tinham entre 9 e 10 anos, Vera sentiu a necessidade de buscar trabalho. E sua primeira tentativa foi a maquiagem e cosméticos, como consultora da Natura. “Não tinha formação e com filhos pequenos, também não tinha a possibilidade de trilhar carreira corporativa”, lembra.
Em seguida, atuou em algumas marcas, como a de Erik Rezende, em que foi assessora do empresário além de fazer a comercialização dos produtos por 12 anos. O envolvimento dela era tão grande que ela investiu até em um curso de cosmetologia (área da ciência farmacêutica que pesquisa, desenvolve, elabora, produz, comercializa e aplica produtos cosméticos).
Há 20 anos, porém, a morte de Rezende fez com que Vera se visse obrigada a criar sua própria marca, a Veríssima. “Inicialmente a empresa era voltada para profissionais da maquiagem, pois uma das grandes dificuldades que enfrentei foi o preconceito. Maquiagem era coisa de puta. Fiz cursos e fui modelo. Uma vez saí do curso maquiagem às 22h e um homem me disse que não sabia se me desejava boa noite ou bom trabalho”, conta.
Época dourada
A maquiagem, no entanto, caiu nas graças das mulheres e virou uma verdadeira febre – a ver o número de blogueiras, algumas tão admiradas que transformaram-se em modelos altamente remuneradas. “A empreendedora descreve o atual mercado como época dourada”.
Para Vera, a oportunidade também gerou um expressivo aumento de concorrência. Então, em vez de manter seu foco em profissionais, ela agora mira o consumidor final. “Tenho uma rede de distribuidores. Trabalho com atendimento personalizado, característica que repasso aos representantes também.”
Próximos passos
Mais que vender cosméticos, Vera se orgulha de formar novos empreendedores e também trabalhar a psicologia das clientes que atende, como acalmar noivas ou promover autoestima entre as mulheres. Por isso, uma das metas para 2017 é investir em uma graduação de Psicologia. “Também sonho que os outros países tornem o Brasil e as brasileiras em uma referência na maquiagem, não o contrário”, pontua.
Por fim, quando olha para trás, Vera se sente orgulhosa de sua trajetória, pois já passou dos 60 e, apesar de ter casado cedo, “conseguiu tocar a casa, os negócios e criar os filhos”.