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Para se diferenciar no mercado de brigadeiros, Karina Sato investe em eventos

Formada em Fonoaudiologia, Karina Sato mudou, por acaso de área, depois de seis anos de atuação na área da saúde. A fim de receber maiores ganhos, ela migrou para a áre financeira de grandes empresas. No entanto, a pressão do ambiente corporativo lhe gerou uma série de problemas de saúde, como depressão e síndrome do pânico, problemas pelos quais ela foi afastada algumas vezes do trabalho.

Na busca por alternativas que melhorassem a saúde, ela encontrou o empreendedorismo. Mas não, esta opção não foi revelada assim logo de cara. “Encontrei na produção de doce uma forma de me distrair. Então, passei a conciliar o escritório com a produção de doces. E, em 2015, comecei a participar de eventos para vender o meu produto. Então, trabalhava o dia inteiro no escritório, fazia os doces de madrugada e aos sábados e domingos participava de eventos”, lembra.

A coragem para priorizar o seu pequeno negócio – que ela já tocava paralelamente há três anos – só surgiu em outubro do ano passado, quando percebeu que, por conta dos eventos agendados nos últimos meses do ano, não daria conta de entregar os relatórios financeiros da empresa e as constantes encomendas que vinha recebendo. “Tive de analisar o que queria da minha vida. Depois de sair da empresa, fiquei uns dois ou três meses patinando, anestesiada pelo medo.”

Mas o momento de catatonia não durou muito. Logo Karina estava projetando 2016 e sua empresa homônima. Em janeiro, ela definiu um plano de metas, investiu na própria estrutura e diferenciais do negócio e procurou o Sebrae para receber orientação especializada.

Diferenciais

O mercado de doces é um segmento bastante disputado entre pequenas empreendedoras locais. Karina sabe disso. Assim, ela definiu uma série de estratégias para conquistar público, consolidar seu negócio e despontar no mercado. Uma delas é a inovação em sabores. “Tenho brigadeiro para cachorro, brigadeiro para gato, brigadeiro com bacon. Sou cheia de ideias. Gosto muito de cheesecake, por ser doce e um pouco salgado. Ficava pensando: será que se misturar queijo com bacon fica bom? E ficou”, comemora ela, que ainda quer testar uma receita que tem na cabeça: brigadeiro de camarão.

Além dos sabores exóticos, ela investe na participação de eventos, pois desta forma consegue mostrar seu produto para seu público-alvo: o consumidor final. “Vou em eventos como no Memorial da América Latina. Ainda não forneço para nenhum buffet. Atendo festas, reuniões, chá de bebê. Mas hoje a principal exposição vem dos eventos, quando tento captar clientes e encomendas.”

Para quem está começando, Karina aconselha não ter medo, pois “o medo paralisa”. E é sem medo que ela estabeleceu metas para conquistar o próximo sonho: em 2017, ela vai ter um ponto fixo. “Quero que as pessoas saibam que estarei lá e que o meu público fixo possa vir a mim, sem ter de me procurar pela cidade”.

Além do planejamento, para realizar este sonho, ela vai continuar virando noites na produção se preciso, esforço do qual ela não reclama. “Sou uma pessoa trabalhadora, insistente, persistente, posso até desanimar, mas levanto e continuo. No ambiente de trabalho, mesmo difícil, todo mundo enfrenta obstáculos. Posso até desanimar, mas levanto, continuo e insisto”, conclui ela.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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