Futebol é uma paixão nacional, que ganha ainda mais força em períodos de Copa do Mundo. Para Michele Pergher, no entanto, o esporte está no coração desde pequena. Na infância, contrariou a mãe ao recusar as sapatilhas do ballet e investir nas chuteiras. Já na faculdade, o tema do trabalho de conclusão de curso de educação física não podia ser outro: ela fez um estudo analisando os motivos que levavam os meninos e as meninas a jogarem uma pelada. Agora, aos 32 anos, está à frente da Little Kickers, franquia inglesa que ensina futebol e inglês para crianças de até sete anos.
Gaúcha, Michele conta que ser dona do próprio negócio está no sangue, já que os pais tinham um supermercado. Foi no empreendimento familiar, aliás, que ela começou sua vida profissional. Aos 18, investiu também em trabalhos freelancers em eventos e congressos: tudo para realizar o sonho de fazer um intercâmbio na Austrália para aprender inglês. “Sempre fui muito determinada. Botava as coisas na cabeça e batia o pé até conseguir”, lembra ela.
Do outro lado do mundo
Apesar de educadora física, a mudança para a Austrália fez com que Michele começasse do zero. Foi babá e garçonete. “Depois de um tempo, com o inglês melhor, trabalhei como representante de produtos ortopédicos e farmacêuticos”, conta a empreendedora, que além de comunicativa, também sempre teve muita afinidade com vendas.
A ideia de investir em uma franquia de educação partiu do marido, Everson Pergher, que a acompanhou na aventura à terra dos cangurus e que já trabalhava na Little Kickers. “Ainda não tinha unidades aqui, então a fundadora conversou com ele e propôs a expansão para cá. A gente já estava pensando em iniciar uma família e não queríamos criar os filhos longe dos avós. A distância pesou um pouco. Até tínhamos oportunidade de estabelecer a franquia lá na Austrália, mas o potencial de crescimento aqui no Brasil era grande”, defende.
Mais que uma escolinha de futebol
Com as reservas que conseguiram juntar no exterior, Michele e Everson voltaram ao Brasil como máster franqueados da Little Kickers. Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo casal é o entendimento do conceito do negócio: a empresa não se resume a uma escola de futebol, e sim um projeto educacional, em que as crianças assistem uma aula semanal de 45 minutos. “Toda semana temos uma temática diferente. Usamos o futebol como uma ferramenta de ensino, já que em uma semana o vocabulário trabalhado é o da floresta. Em outra, os marcadores viram itens do fundo do mar”, explica Michele.
O projeto é versátil, pois atende diferentes tipos de públicos: condomínios, escolas particulares, clubes ou mesmo quadras. E as portas estão abertas para meninos e meninas, que se exercitam e aprendem em turmas são mistas. “Nesta faixa etária, há pouca diferença física”, observa a empreendedora.
Próximos passos
Michele soma hoje 28 franqueados e a meta para este ano é aumentar este número para 33. Em relação ao faturamento, todas as franquias somaram R$ 1 milhão e devem chegar a R$ 1,8 milhão até 31 de dezembro.
Para atingir estes feitos, a empreendedora aposta na gestão de pessoas. “O mais bacana dos nossos franqueados é que temos de tudo: bancários, leiloeiros. Cada um traz uma bagagem que enriquece a empresa. Eles também trazem ideias que nos ajudam a crescer. Aqui, o conceito é one team, one dream. Todos crescendo como um time só”, pontua.
Dedicação e foco são as dicas da empreendedora para quem quiser se consolidar no mundo dos negócios. “Sempre vai ter adversidades. Quando voltamos da Austrália, a gente tinha duas opções: fazer dar certo ou fazer dar certo”, conclui Michele, que sonha em levar a Little Kickers para o maior número de crianças possível.