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Do Direito para a indústria: Juliana Jacinto apostou em cosméticos e deu certo

Empreender era um caminho natural para Juliana Jacinto. Afinal, a bacharel em Direito cresceu em uma família de advogados e empreendedores. O pai dela, por exemplo, começou a trabalhar aos nove anos e, aos 18, já era dono do próprio negócio. Assim, a paulista de 35 anos conta que a palavra desistir nunca fez parte do vocabulário da família. E foi com esta determinação que, depois de atuar cinco anos no mercado, ela decidiu criar sua trajetória.

A primeira tentativa de negócio foi um e-commerce de moda. “Após 3 anos de loja, decidi montar a indústria de cosméticos. Fiz cursos de liderança de equipes, cursos de vendas de alto valor agregado, curdos de administração do tempo, curso de oratória e metafísica como autoconhecimento”, lembra.

À frente do Marketing e Comercial da Boutique do Corpo Cosméticos, indústria biossustentável de cosméticos vegetais produzidos sem crueldade animal, um dos grandes facilitadores para que Juliana consolidasse a empresa foi o apoio familiar. “No início do negócio, meus pais que ficavam com as crianças para que eu pudesse trabalhar aos fins de semana. Como meu marido trabalha comigo, o desafio é em dobro, pois precisamos separar muito bem o trabalho de casa. Antes era mais difícil, hoje nós tiramos de letra, é muito bom tê-lo ao meu lado e crescermos juntos”.

Ainda que Juliana não se visse fazendo outra coisa, já que empreender a permite sonhar e realizar, ser dona do próprio negócio não é tão simples quanto parece. “É muito mais fácil você ser um colaborador do que um empreendedor. Como empreendedora não tenho hora para ir embora da empresa, trabalho aos sábados e domingos se precisar, como precisei muitas vezes. Os meus horários são organizados de uma forma para que eu consiga exercer bem também o meu papel de mãe e esposa, o que no caso é o mais desafiador”, continua.

Aposta

Perseverança é uma das principais características que uma empreendedora deve ter, a exemplo da própria Juliana. “Foram muitos. O primeiro foi o tempo de aprendizagem, que todo negócio tem , enquanto ele acontece você erra muito e é aí o ponto onde muitos desistem, pois é preciso muita paciência, força e coragem para atravessar essa fase”, observa.

Além de se adaptar à crise financeira que ainda assola o País, a dona da Boutique do Corpo teve também de lidar com questões financeiras, pois o retorno não vem na mesma velocidade do investimento. “Por isso é preciso ter um planejamento muito detalhado e ir fazendo os ajustes necessários conforme o comportamento do mercado e é o que fazemos na empresa”.

Mas assumir a responsabilidade de estar à frente de uma indústria também tem vantagens. A estratégia de negócio da Boutique do Corpo Cosméticos é distribuir produtos para lojistas e distribuidores. Hoje, a empresa soma 500 clientes, que permitem que a empreendedora realze sonhos, imprima valores como ser humano, deixe um legado para as filhas e ainda dê oportunidades de emprego e capacitação aos colaboradores.

E, para quem quer empreender, atenção ao fluxo de caixa é um dos segredos para consolidar novos negócios.  “É preciso amar o que faz, pois os desafios são enormes e se a gente não amar, é muito fácil desistir. Planeje, mas não perca muito tempo, comece a fazer e depois vá ajustando conforme a resposta do mercado. O fluxo de caixa quebra uma empresa, preste muita atenção á ele, cuide como se fosse o seu sapatinho de cristal”, conclui Juliana, vencedora dos prêmios Mulher Empreendedora 2016 da Associação Comercial e Indústrial de Santo André  (Acisa) e o Empresária de Destaque 2017 pela cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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