Costura, crochê, tricot e bordado. Estas e outras técnicas artesanais Salete Campos aprendeu ainda menina, já que o talento para o artesanato ela herdou da mãe, a quem descreve como habilidosa. Assim, a paulista de 44 anos sempre gostou de criar produtos relacionados à moda e beleza, como roupas, bolsas e acessórios para uso próprio ou presentear amigas.
Porém, apesar de sempre produzir sua arte, apenas há três anos ela decidiu trocar o ambiente corporativo pelo próprio negócio. “Antes de empreender, sempre trabalhei em empresas na área comercial e administrativa. Minhas habilidades e paixão também pela cultura afro foram o grande incentivo, não conseguia mais suportar ficar dentro de um escritório em frente a um computador, pois me sentia podada e não tinha a sensação de estar produzindo algo, enquanto minha cabeça fervia de ideias e criações. Até que um dia eu resolvi criar coragem depois de várias pesquisas e cursos no Sebrae, e eu larguei tudo”, lembra.
Criada pensando em mulheres fortes, criativas, cheias de personalidade e que sempre sabem seu espaço, a Fulô Brasil cria acessórios e peças feitas com cuidado e exclusividade, desde acessórios pra cabelo a turbantes, a fim de tornar a mulher ainda mais bonita e confiante. “Também realizo workshops e oficinas, onde conto a história cultural dos turbantes e seus valores, além de ensinar as amarrações. Agora estou partindo para criação e confecção de peças de vestuário, como vestidos e camisetas estilizadas”, continua a empreendedora.
Desafios
A troca do ambiente corporativo pela Fulô Brasil trouxe vários benefícios para Salete. O principal deles é o aprendizado contínuo, pois gerenciar o próprio negócio sempre traz desafios, o que faz o empreendedor amadurecer pessoal e profissionalmente. “Além de poder trabalhar com o que se ama, você tem a liberdade de poder organizar seu tempo e adequá-lo às suas necessidades, isso tudo sempre com muita organização.”
Para investir na marca, Salete usou o dinheiro da rescisão empregatícia. Porém o financeiro continua sendo um obstáculo. “Os maiores desafios pra mim hoje são conquistar novos espaços, e organizar a parte financeira para expansão da marca e inovação todos os dias.”
A Fulô Brasil ainda não tem loja de rua. Para vender, a empreendedora participa de eventos, aposta nas vendas online e conta com o famoso boca a boca. “Mas quero firmar a marca e alcançar meu espaço físico para poder atender minhas clientes de uma forma mais personalizada. A Fulô Brasil hoje está em fase de expansão, estou trabalhando e estudando para enriquecer a marca, inserindo novos produtos e reciclando outros, pois percebo uma nova necessidade em minha demanda de clientes. Em breve a Fulô Brasil estará com uma nova cara mas sem perder sua identidade”, finaliza.