Vender roupas pela internet era uma ideia que nunca passou pela cabeça de Karen Sellan. Desconectada, ela achava um absurdo participar de grupos de Facebook e WhatsApp, pois sempre prezou por conversas e contatos pessoais. No entanto, diante do estresse por trabalhar demais, a dica de uma amiga lhe caiu como uma luva. E deu certo.
Administradora de empresas, logo no começo da faculdade Karen conseguiu um estágio em uma administradora de condomínios, em que trabalhou por nove anos. “Fui crescendo na empresa até chegar na gerência financeira”, conta.
Porém, ao engravidar, Karen decidiu que queria ter mais tempo para ela e o bebê ao término da licença maternidade e optou por não voltar ao emprego. “Não ia render o que rendia antes. Depois que minha filha fez um ano, até tentei voltar ao mercado, mas não consegui me adaptar por ter de deixar a minha ‘filha sozinha’ [aos cuidados de outras pessoas].”
Mas dedicar-se exclusivamente à criança também não a satisfazia. “Estava feliz por cuidar dela, mas não realizada; Comecei a pensar em algo que pudesse fazer em casa”, lembra.
E foi assim que nasceu a Pink Boutique – Moda Adulto e Infantil, empresa de revenda atacado de roupas para mães e filhas. “Uma amiga sugeriu que eu vendesse roupa na internet. Então fui a uma fábrica e eles me incentivaram a tentar. Fiz um anúncio no Facebook, que rendeu muitos comentários e nove vendas. Aí percebi que não era difícil ou mesmo ruim de fazer”.
Próximos passos
Em apenas um ano de dedicação ao negócio, Karen já conseguiu rentabilizar mensalmente o mesmo salário que recebia no mercado de trabalho. O desafio agora é a burocrático, já que ela tem de mudar a categoria do seu negócio, que já ultrapassou os limites do programa Microempreendedor Individual (MEI). Além disso, ela expandiu o portfólio para roupas femininas, também vendidas apenas no atacado. “99% das vendas resultam do Facebook e são de cliente de fora do estado de São Paulo. Não tenho nenhuma cliente daqui. Como estratégia de divulgação, coloco as fotos dos produtos também no Instagram e, para fazer pedidos, determino que o mínimo são seis peças do mesmo modelo ou mais de dez peças dos modelos que tenho disponíveis.”
O sonho de Karen agora é desenvolver a própria marca de roupas. Enquanto isso, como dica para quem está começando, ela recomenda que as empreendedoras não tenham medo. “Se der algum problema, contorne”, aconselha. “Pois para mim a vantagem de ter o meu próprio negócio é que todos os dias quando acordo, olho para minha filha e ela pergunta: “Mamãe, você vai ficar em casa hoje?’. E eu vou”, finaliza.