Por Tânia Sanches
Quantas vezes você teve um desejo, uma meta, um objetivo, pensou a respeito, idealizou, sentiu aquele desejo vibrando dentro de você e mais do que depressa perdeu-o no meio de pensamentos que povoaram sua mente questionando o merecimento de tal dádiva?
Somos o que pensamos e vivemos aquilo que acreditamos de fato, inclusive se somos merecedores ou não de termos oportunidades boas em nossas vidas. E isto pode favorecer a busca da concretização de nossos sonhos ou não.
Quando nascemos, segundo C.G.Jung somos uma “tábua rasa” prestes a ser modelada pela educação e vivências que vamos ter. E ao longo do caminho que percorremos entre a infância e idade adulta, vamos acumulando uma série de informações em relação aos acontecimentos, ao mundo, às pessoas e sobre nós mesmos. A cada momento nossa mente vai gravando o que nos é enviado em forma de palavras, pensamentos, sentimentos e ações, sobre o que ouvimos, vemos, sentimos e experenciamos independente do resultado que isto irá promover.
Nos primeiros anos de nossas vidas, nossa mente simplesmente arquiva em nós o que recebemos do ambiente externo, para que possamos ter referências de comportamento e decisão quando necessários no futuro. Inicialmente não distinguimos o que é certo ou errado; o que vai nos fazer bem ou não. Nesse processo, vamos criando um arquivo interno de regras, dados e informações, que terminam por determinar nossos estados mentais, normas de conduta e linhas de raciocínio que, por sua vez, vão moldando nossa vida e nossa realidade. A este fantástico e intrincado conjunto damos o nome de CRENÇAS.
Formadas a partir das muitas fontes que temos acesso em nosso processo de desenvolvimento, como os ensinamentos e educação de nossos pais, a escola, a representação que temos de pessoas importantes, bem como de traumas vivenciados, as crenças nos levam a assumir as mais diferentes posições na vida, nas quais acreditamos inteiramente como sendo verdadeiras, mesmo que não tenhamos nenhuma prova para apoiar essas escolhas e decisões.
É através desta bagagem que olhamos para todas as situações de nossa vida e nos posicionamos frente a elas, sofrendo ou não. Tomamos nossas crenças como a nossa verdade e estão lá, tão enraizadas dentro de nós, que, imersos em nossa rotina acirrada, raramente conseguimos perceber que estão regendo nossa vida de forma tão controladora, determinando o que vivemos e como vivemos, bem como as nossas reações padronizadas e nossos comportamentos, muitas vezes descompensados, que orgulhosamente chamamos de “traços de personalidade”.
As crenças são nosso sistema de regras para a vida, nossa constituição pessoal, nossas leis que determinam o que podemos ou não ser, fazer, ter ou viver. Elas é que vão autorizar que tenhamos uma vida plena e satisfatória ou vivamos amargurados e mergulhados em uma sensação permanente de fracasso. Interpretamos nossa vivência diária de acordo com este conjunto de normas que montamos em nossa mente e introjetamos em nosso comportamento. E para ajudar, nem sempre elas são conscientes, nem sempre você sabe de fato o motivo de tal pensamento e tomada de decisão, pois na correria do dia a dia, somos levados a agir no “piloto automático”. Assim na maior parte do tempo não temos noção do quanto as nossas crenças estão limitando as possibilidades de sermos felizes, realizados, plenos e conquistadores de nossos desejos.
“Crenças são INTERPRETAÇÕES que temos relacionadas ao próprio mérito, à nossa capacidade e possibilidade de alcançar um determinado OBJETIVO ou META. Elas influenciam a MOTIVAÇÃO para prosseguir ou não na conquista dos mesmos. ”
Eduardo Leal
Felizmente podemos trabalhar para modelar novos conceitos em nossas vidas, reestruturar nossas crenças e nos sentirmos mais detentores de nossas satisfações. Cabe a cada um decidir o que é melhor de fato para si, pois todas as crenças são assimiladas em nosso cérebro através de palavras, imagens e sons que acreditamos serem verdadeiros. Mudando o padrão aprendido podemos mudar as nossas regras internas e sermos mais felizes e realizados.
Se você cresceu acreditando de alguma maneira que não nasceu para ser feliz, para ter sucesso, para deixar seu nome na história ou para realizar coisas importantes na sua vida, a isto chamamos de CRENÇAS LIMITANTES, pois são regras que bloqueiam a realização de nossos objetivos e o encontro da felicidade. Provavelmente não conseguirá se dedicar de forma eficaz para fazer conquistas e nas primeiras dificuldades irá desanimar, sabotar-se, ficar doente, desistir. Você acredita que não merece e qualquer coisas negativa que aconteça, vai somente reforçar o que você crê. Para que se esforçar se você tem a certeza de que não chegará lá? Se você tem a certeza que a crise que assola o país o impedirá de conquistar algo? Se você acredita que tudo é difícil e dá trabalho? E isto só vai reforçar suas crenças de fracasso. Além disso é importante lembrar que esforço, foco e determinação realmente são inevitáveis a concretização de algo.
Por outro lado, se você possuir crenças que reforçam o seu direito a esta vida, a ser feliz, a realizar seus sonhos, a ter sucesso, a amar e ser plenamente amado, bem como concretizar tudo o que você se propõe a fazer, suas CRENÇAS FORTALECEDORAS são maiores que as limitantes, pois elas apontam que você nasceu para ser feliz, para ter sucesso, para deixar seu nome na história, pois as crenças fortalecedoras te impulsionam a agir, elas mostram que o passado não é igual ao futuro e sempre existe um jeito de as coisas acontecerem a nosso favor, desde que estejamos comprometidos para tal. Com certeza você se esforçará para chegar lá, dar o melhor de si, superar os obstáculos, não deixar sua vida ser regida pela crise do país, afinando seu olhar para encontrar oportunidades e promover realizações.
Blaise Pascal, filósofo francês, em 1653 já descrevia o poder das crenças em nossa vida quando dizia “se você apostar acreditar em algo positivo, o seu ganho será infinito. Porém se você aposta não acreditar, o seu ganho é finito”. Portanto vale a pena fazer uma escolha e apostar em palavras, pensamentos, sentimentos e ações positivas. Vale a pena desligar um pouco o piloto automático e observar suas reações, analisar suas normas de conduta, avaliar seus valores pessoais e fortalecer sua unicidade nesta Terra. O poder das crenças positivas gera uma onda de novas oportunidades onde não se via que elas existiam e se você acreditar que algo muito bom pode acontecer, você realmente pode se surpreender com o que vai encontrar. Eu arrisquei mudar meu caminho, que tal você tentar também?
Abraço e nos vemos no próximo artigo.
Tania R Sanchess
Psicóloga & Coach Funcional
Treinadora Comportamental
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