Por Adriane Fonseca Garandi
Se não fosse a crise teria me esquecido que a comida simples tem sabor de amor;
Se não fosse a crise não teria passado tempo em casa brincando com os filhos;
Se não fosse a crise não seria amado pelo que sou, já que dava muitos presentes;
Se não fosse a crise não teria me aventurado a fazer pratos novos, já que não posso mais ir a restaurantes;
Se não fosse a crise não conheceria tantos parques onde a diversão é levar lanche de casa e desfrutar da natureza;
Se não fosse a crise não passaria as noites conversando com quem amo, já que sair está caro;
Se não fosse a crise não teria feito passeios curtos observando o caminho, já que sair de carro custa mais;
Se não fosse a crise não conheceria novas e mais baratas opções de consumo tão boas quanto as de antes;
Se não fosse a crise não descobriria que banhos mais curtos limpam do mesmo jeito;
Se não fosse a crise não teria descoberto que compro mais por vontade que por necessidade;
Se não fosse a crise não saberia viver com o suficiente;
Se não fosse a crise não entenderia a diferença em ser e ter;
Se não fosse a crise não daria mais atenção a pessoas do que a coisas;
Se não fosse a crise não saberia me reinventar;
Se não fosse a crise não conheceria os limites do meu caráter;
Se não fosse a crise não me libertaria de mim mesmo;
Se não fosse a crise não descobriria a fé que possuo;
Se não fosse a crise não conheceria melhor o Deus que creio.
Que bom que a crise veio!
Precisávamos dela.
Calma! Não estou maluca!
Você pode até se perguntar sobre o que há de bom em redução do poder de compra, desemprego, empresas quebrando, inflação, perda de benefícios como lazer, escola, viagens, planos de saúde e uma grande lista. Ainda somado a incertezas políticas.
Na crise não há nada de bom. Mas ela nos transforma.
O impacto da crise afeta a todos, mas cada um vai escolher os efeitos que ela deixará. Existe a frase: “A crise não modela nosso caráter, ela o revela”. Como nos comportamos diante dela?
Somos vítimas ou agentes de mudança?
Nos perdemos em nossos valores e crenças, ou estamos firmes e convictos que ela vai passar?
O desespero bateu a porta, ou tudo foi reorganizado para superar esta fase?
Estamos nos lastimando pelo prejuízo, ou nos reorganizando?
Desanimamos, ou levantamos a cabeça?
Queremos fechar as portas ou nos reinventando?
Na verdade, superar a crise financeira não é o pior. Pior é a crise de ânimo.
É deixar o caráter se corromper e vender os princípios morais por benefícios pessoais.
É deixar de crer em Deus, se fazer de vítima.
É desistir de tudo.
É não se lembrar do que é importante na vida.
É não aprender a se organizar.
É desistir facilmente.
É perder o propósito e a visão.
Qual a sua crise?
Financeira ou o de ânimo?
Na crise financeira outros nos tiram os direitos, na crise de ânimo nós nos privamos de reconquistá-los.
O que ela tem revelado em você?
Adriane Fonseca Garandi
Fonseca Garandi Style – bijuteria fina feita a mão e acessórios