Os brasileiros estão se casando mais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2014, 2,2 milhões de pessoas uniram as escovas – fato que torna o setor de eventos absolutamente promissor. Afinal, a indústria do casamento movimenta R$ 15 bilhões por ano.
Mas para Natália Pegoraro, todo o glamour que compõe as festas de união não faz sentido. Afinal, casamento é uma festa para celebrar o amor, independente da condição financeira dos noivos. E é por isso que ela das sócias Laís Ribeiro e Janaína Pasin, quer revolucionar o mercado com a O Amor é Simples, empresa que fabrica e comercializa vestidos de noiva a preços justos. “A ideia nasceu em 2014, quando fui procurar um vestido mais simples, mas não achei. Conversando com a Laís, percebi que ela passou pelo mesmo problema”, conta a gaúcha.
Primeiros passos
Para transformar o negócio em realidade, as meninas investiram R$ 10 mil para fabricar os primeiros pedidos, testar o mercado e colocar o e-commerce no ar. Porém mais que atender a uma grande demanda reprimida, elas receberam diversos relatos de noivas que foram até humilhadas por lojistas por não terem tanto capital para investir em vestidos de luxo.
Além de manterem seus empregos, as empreendedoras do Rio Grande do Sul mantiveram seus empregos até pouco tempo e também buscaram investidores. A startup ganhou a simpatia do mercado, tanto que conquistou um investimento de R$ 80 mil, além de participar de um programa de televisão – ocasião em que não conseguiram investidores, mas aumentaram ainda mais a divulgação da marca.
Formação internacional
Este mês, Natália embarca para a Austrália, onde irá participar do MIT Global Entrepreunership Bootcamp em Brisbaine, programa que tem como objetivo formar grupos multidisciplinares capazes de criar uma empresa do zero e que tenha capacidade de impactar um bilhão de pessoas por ano. A empreendedora brasileira foi uma das 70 selecionadas entre mais de quatro mil candidatos.
Esta é a segunda vez que Natália participa de um programa internacional. Em 2016, ela participou do Young Leaders os the Americas Iniciative (YLAI), programa que selecionou 250 jovens de 36 países da América Latina. “Foi uma experiência incrível, pois pude expandir o networking, além da possibilidade de fazer parcerias com empreendedores de outros países”, comemora.
Amor é simples, mas o futuro é promissor
Uma das grandes preocupações da startup é criar uma rede colaborativa justa e sustentável. Para manter a qualidade dos vestidos, todos são feitos à mão e a empresa está desenvolvendo um projeto para capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social e ensiná-las técnicas de costura e produção de vestidos de noiva.
Atualmente, as meninas continuam buscando investidores e, apesar de o retorno financeiro ainda não ser o esperado, O Amor é Simples registrou crescimento de 100% em 2016 e deve crescer outros 150%, de acordo com a expectativa financeira e planejamento de Natália.
Já no futuro, mais que oferecer vestidos a preços justos e viabilizar o sonho de tantas mulheres brasileiras em subir ao altar, O Amor é Simples pode virar um marketplace, com todo tipo de produtos para festas de casamento.