Entrevistas

Gisele Figueiredo: “Mais que festas, ajudo a construir famílias”

A quilômetros de Arraial do Cabo, Búzios e Rio das Ostras, a vida de Gisele Figueiredo poderia ser uma verdadeira sombra e água fresca. Afinal, a moradora de Macaé vive rodeada de belezas naturais. Mas comodismo não faz parte do plano de vida dela. Tanto é que, depois de trabalhar seis anos em cooperativas médicas, ela pediu demissão quatro anos atrás, a fim de investir em um negócio que ela não tinha conhecimento: a assessoria cerimonial.

“Comecei a correr atrás do que queria, que era atuar no ramo de festas. Eu gostava de organizar, mas não sabia como fazê-lo. pesquisando, conheci a profissão de cerimonial, fiz cursos no Senac, Sebrae e comecei a deslanchar”, conta Gisele, que hoje tem uma empresa homônima e que já soma dois escritórios de atendimento aos clientes.

Mas se engana que o sucesso da empreendedora veio do dia para a noite. “No início, atendia públicos bem simples, mas hoje já consigo fazer casamentos mais elaborados, atendo o público da região e também quem vem de fora. Mas no começo a divulgação foi difícil. Fiz cartõezinhos e coloquei em livrarias, lojinhas. Até no açougue deixei meu contato”, lembra.

Uma das facilidades encontradas por Gisele foi a pouca concorrência, já que sua cidade tem cerca de 195 mil habitantes e, no máximo, oito cerimonialistas. “O boca a boca em Macaé é muito grande. Se não tenho vaga na agenda, costumo indicar outros profissionais e esta parceria é recíproca”, conta ela.

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Propósito

Mesmo com as facilidades de morar em uma região com pouca densidade populacional e também de costa litorânea capaz de despertar o romantismo de qualquer casal, Gisele enfrentou várias dificuldades no início de sua operação. A principal delas? A parte financeira. “Não tinha capital para comprar material, computador e montar a mobília. Precisei de ajuda do marido para isso. O mais difícil para mim foi dar valor ao meu trabalho, precificar. Até hoje é difícil na minha cidade”, lembra a empreendedora, que para fazer sua primeira festa cobrou apenas R$ 400. “Paguei para trabalhar.”

Gisele fala ainda em resiliência. “A empreendedora tem que ter fé naquilo que ela faz, porque às vezes ela não tem nem R$ 10 para investir no negócio. Mas ela precisa ter persistência naquilo que ela quer, acreditar que ela vai conseguir, que vai estudar, pesquisar”, aconselha. E a perseverança deu certo. Tanto é que, além de fazer o cerimonial, a empresária já é reconhecida na rua e convidada para chás de bebê. “Ajudo as pessoas a construírem a família delas, o que é muito bom. Elas ficam tão satisfeitas que me indicaram para outras pessoas, porque gostaram do meu trabalho”, comemora.

Além de boca a boca e indicações, Gisele fecha a maioria dos contratos pelas redes sociais. “80% dos meus clientes vieram pelo Facebook. E a maioria diz que fechou comigo por conta da minha rapidez no atendimento. Fechei agora um casamento na região de um casal de Sergipe. Para mim, foi um reconhecimento muito bacana”, observa.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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