Quando pensou em qual carreira escolheria para cursar o ensino superior, Rafaella Pisano pensava em investir na área da saúde. Tinha o sonho de trabalhar na área de resgate, ser enfermeira, mas a dificuldade de lidar com sangue impossibilitava o desejo que tinha desde criança. Então, encontrou na psicologia uma forma de trabalhar no segmento, porém sem lidar com sangue.
Para ter o próprio dinheiro, no entanto, ela teve de trabalhar com o pai, que é arquiteto. E foi nesta oportunidade que ela encontrou uma nova forma de impactar a vida de outras pessoas. “Acabei me encantando pela arquitetura, pois meu pai tinha um funcionário. Era um empreiteiro, um senhor bem velhinho que foi pedreiro a vida inteira e tinha o sonho de construir a própria casa. Todo o dinheiro que conseguiu juntar, ele guardou no colchão. Então ele me pediu um projeto e entendi que ser arquiteto mexe com sonhos muito maiores. E eu queria ajudar”, pontua.
Muito além da estética
Vazamentos, reformas mal feitas, quinas indesejadas, preocupação com as crianças. Uma obra mal planejada pode acarretar uma série de contratempos se executada de forma amadora. “As pessoas acham que um arquiteto vai encarecer a obra. Além disso, acham que vendemos um desenho, quando na verdade vendemos mais que isso. Temos um trabalho de pesquisa, de projetos complementares, estudo de iluminação, estudo de gesso em relação ao conforto térmico, demanda pesquisa de revestimentos. Estou desenvolvendo o projeto de um apartamento, por exemplo, que para fazer a pré-entrega do projeto para o cliente, tive de conhecer novos fornecedores de materiais”, explica a arquiteta de interiores e personal organizer.
Assim, Rafaella conta que seu trabalho não se resume a recriar ambientes de revista, mas em projetar espaços para moradores reais. “O projeto arquitetônico é muito mais que um desenho, um 3D. Também não é um luxo, mas uma ajuda profissional para que as pessoas possam acordar em um lugar arrumado, limpo e que esteticamente traz mais conforto e bem estar para a família.”
Desafios
Uma das primeiras dificuldades encontradas por Rafaella para atuar por conta própria é a falta de preparo para gerenciar o negócio ainda na faculdade. “Ainda somos uma geração criada para trabalhar em empresas, mas isso dentro da arquitetura não funciona muito bem. A menos que seja uma grande empresa, trabalhar como arquiteto não é vantajoso. Muitos colegas de profissão desistiram da área porque viram que não é um segmento que oferece oportunidades. Mas acredito que, por ser um trabalho criativo, tem espaço para todos.”
Já em relação a trabalhar em casa, a empreendedora conta que precisou desenvolver rotinas. “É muito difícil ter a responsabilidade de acordar cedo, cumprir as metas do dia. Por isso, tive de procurar dicas para me organizar melhor, o que me levou a investir na formação de personal organizer”, continua.
Mesmo diante dos desafios, Rafaella Pisano quer aumentar o tamanho da equipe e trabalhar majoritariamente com mulheres que tiveram de sair do mercado de trabalho por conta da maternidade – plano, aliás, que ela tem para o futuro: ter a oportunidade de acompanhar de perto o crescimento dos filhos que ainda estão por vir. “Hoje conto com pessoas que trabalham remoto para mim, mas quero ter uma sede em que possamos trabalhar em um local confortável”, finaliza.
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