Entrevistas

Ramy Arany: “Se ela pode gestar um filho, não há o que a mulher queira que ela não consiga fazer

Assistente social, terapeuta comportamental, escritora, coach, consultora, palestrante, autodidata, pesquisadora e desenvolvedora. A lista de atribuições de Ramy Arany é longa, mas ainda tem mais uma função: ela é sócia-diretora da Inove Soluções em Liderança, em presa especializada em formação de líderes inovadores, que prezem o desenvolvimento de pessoas e modelos de negócios sustentáveis.

Mas antes de ter seu próprio negócio e se destacar no mercado como terapeuta comportamental, Ramy (batizada Walkiria Palmieri) atuou como assistente social até que a maternidade – ela é mãe de quatro filhos- e um divórcio fizeram com que ela repensasse suas escolhas. “Me realizei muito com a maternidade e com a oportunidade de ter tido uma filha do coração. E a partir desta separação, mudei o rumo da minha existência”, lembra ela.

Em 1995, ela decidiu fundar, ao lado do segundo companheiro, o Instituto KVT, em que passou a atuar como terapeuta. “Este novo caminho me facilitou muita coisa, porque depois de 10 anos atuando, me dei conta de que 90% das pessoas que me procuravam para o trabalho terapêutico eram mulheres. E as mulheres Relações muito profundas de carreira e de vida, de maternidade e não querer ter filhos. Isso 15 anos atrás”, continua Ramy.

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Busca pelo próprio feminino

Diante desta constatação de perfil de clientes, o trabalho de Ramy Arany ganhou mais um novo rumo: o de fazer o trabalho inverso e ela mesma se aprofundar nas questões relacionadas às mulheres, a partir das próprias experiências. “Ficou evidente que a minha missão era o trabalho com as mulheres. Identifiquei muitas barreiras, devido ao fato de que as mulheres eram muito isoladas, mas traziam as mesmas dificuldades. E fui pesquisar o feminino para ver o feminino também em mim. Tudo que faço na minha vida começa dentro de mim. Coloco em prática tudo aquilo que pesquiso, vou a fundo e transmito estas pesquisas em palestras”, conta.

Uma das constatações das pesquisas de Ramy é o fato de que as mulheres não trabalham o feminino. “’Eu? Mas o que é o feminino? Nossa… Será?’, elas dizem.” Para a pesquisadora e terapeuta, o feminino não começa ou termina na mulher. Homens e mulheres estão dentro do feminino, que se forma na consciência. “O feminino está na natureza e por isso a natureza é chamada de mãe”, continua.

Mas a principal constatação do trabalho da empreendedora é o potencial, muitas vezes desconhecido, do público feminino. “Se temos a capacidade de gestar um filho, não há o que a mulher queira que ela não consiga fazer. Mas, claro que isso não é magica, tudo precisa ser desenvolvido”, completa.

*Este relato fez parte da palestra Os quatro talentos femininos da liderança, apresentada no 6º Fórum de Mulheres em Destaque, em 23 de novembro.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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