Você, empreendedora, já pensou em trabalhar com a venda de produtos eróticos? Apesar de polêmico e passar a impressão de que ninguém fala sobre ele, o segmento apresenta um potencial inquestionável: soma R$ 85 mil autônomos, emprega R$ 125 mil pessoas em lojas físicas e já chegou a movimentar R$ 1 bilhão por ano no Brasil.
Mas manter a sustentabilidade do mercado erótico pode não ser tão simples quanto parece, já que é preciso desmistificar uma série de fatores para que o setor continue crescendo. E é por isso que Tatiana Sousa Silva não se intitula como uma simples vendedora, mas sim como consultora sensual. “Estamos tentando quebrar tabus, falar com leveza, passar as informações corretas de como o produto realmente vai funcionar”, conta. “A hora que vendo um produto, vendo também saúde e bem-estar”, emenda a sócia da Despertando Desejos – Boutique Sensual.
Aos 27 anos, a empresária conta que sempre teve o empreendedorismo na veia, pois gosta de venda direta, trabalhar com pessoas e tinha vontade de ser a própria chefe desde jovem. “Se não fosse no ramo erótico, seria numa loja”, pontua.
A ideia de investir no segmento erótico partiu do namorado, Orion Carvalho, que já tinha tido a experiência de administrar uma sex shop. Então, nesta nova tentativa, fizeram uma parceria com um casal de amigos e, juntos, investiram R$ 600 em produtos para revenda. “Mas eu vendia mais que o outro casal. Assim, achamos melhor seguirmos sozinhos”, lembra Tatiana.
Atendimento individualizado
Há dois anos no mercado, o grande diferencial da Despertando Desejos é o atendimento personalizado e atencioso da empreendedora. “Uma coisa que sentimos quando iniciamos o negócio é que as pessoas têm medo de entrar em sex shop, pois não sabem o que esperar ver lá dentro”, observa. Assim, Tatiana vai ao encontro dos clientes para apresentar e explicar como funciona cada produto do catálogo. “Todos os produtos são descritos como gel de massagem. A importância da consultoria é essa: muitas vezes a cliente compra o produto e depois não sabe usar. Identificamos esta deficiência e é por isso que temos tanta fidelização.”
Tatiana revisita seus clientes a cada três meses e o tíquete médio gira em torno de R$ 300, gastos em até cinco produtos por compra. Géis orais, canetas de tinta beijável, velas aromáticas com sabor, lubrificantes e adstringentes vaginais são os produtos mais vendidos. Já o público é majoritariamente feminino. De cada 10 consumidores, oito são mulheres. “O empoderamento feminino deu um boom nos negócios de um ano para cá. A mulher está muito mais aberta, não só para agradar o marido, mas para se autoagradar.”
A empreendedora agora se prepara para a época mais rentável do ano, o Dia dos Namorados. Apenas entre 1º e 12 de junho, o casal faturou R$ 6 mil no ano passado. Mas para manter as vendas ao longo ano, eles investem em parcerias com cerimonialistas, salões de cabelereiro, e fotógrafos, pois além da venda, a dupla oferece ainda workshops, ensaios sensuais, chás de lingerie, decorações românticas e despedidas de solteiro.
Além do sonho de ter uma loja física, Tatiana sonha ainda em casar, ter filhos e que as mulheres se entendam mais e sejam mais felizes. “Só o fato da cliente voltar a comprar, dizer que voltou a se relacionar melhor com o marido é o melhor feedback que podemos receber”, conclui.
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