Entrevistas

#10MilMarias: Os recomeços da coach Aline Cintra

Natural de São Paulo, Aline Cintra conta que teve uma vida muito difícil, especialmente por ser filha única. Portanto, não teve como dividir a árdua tarefa de cuidar dos pais em 2016 e 2017, ambos portadores de doenças crônicas.

Ainda assim, ela superou uma série de desafios e conquistou diversos objetivos. O primeiro deles: ser advogada, já que este era o sonho de sua mãe. Ela até atuou na Defensoria Pública e satisfazia-se lidando com o público, porém a ideia de trabalhar em um escritório fechado não combinava com seu estilo expansivo de ser.

A jovem, hoje aos 28 anos, investiu então em vendas, especialmente em marketing multinível. Mas ainda que tivesse talento para vendas, não prosperou. A experiência e a habilidade natural de vender, no entanto, lhe trouxeram outros caminhos, entre eles o coach, profissão em que está investindo agora, junto com a realização de mais um sonho: cursar Psicologia. Assim, ela poderá ajudar pessoas que, como ela, tiveram de enfrentar situações bastante delicadas.

Confira a íntegra da história inspiradora de Aline!

Voa, Maria: Por que optou pelo empreendedorismo?
Aline Cintra: Na faculdade não aprendemos sobre empreender, saímos sem rumo.  Foi então que pra preencher esse vazio eu resolvi fazer outra coisa e comecei a vender. Pedi R$ 10 mil emprestados e fui pra Miami nos Estados Unidos. Comprei várias coisas e trouxe pra revender no Brasil. Me perdi logo que cheguei lá, pois o GPS não funcionou. Quase não achei os lugares, não sabia falar inglês e, na volta, minha mala veio sem cadeado faltando vários produtos.  Mas conquistei em um ano três mil clientes engajados. Gostava de me relacionar com as pessoas. E por isso que não consegui administrar as finanças, cobrar o valor certo pelos produtos e entrei em falência.

Em seguida, uma pessoa me procurou e me mostrou o marketing multinível, que não conhecia, mas logo me interessei. Pedi R$ 7 mil emprestados e entrei de cabeça no negócio, adorei me relacionar. Mas também não administrei financeiramente muito bem e entrei em falência novamente. Nesse período, meu marido e o sócio dele também quebraram.

Sem saber o que fazer, mas ainda com um grande vazio voltei para o direito. Montamos um escritório junto ao meu sogro. Em seis meses consegui uma média de 10 a 15 ações por mês, o que pra um escritório novo é incrível. Mas isso só consegui por toda a trajetória de relacionamentos que eu fiz ao longo da vida: saia pra rua, fazia amizades, pedia ajuda sempre, participava de eventos, entre outro.

Mas o vazio persistiu! Foi então que a pior coisa da minha vida aconteceu! Minha mãe descobriu um câncer agressivo em 2016. Ela não ia me contar, mas junto veio uma trombose que mais tarde se transformaria em um AVC. Meu mundo caiu! Nessa época  meu pai já fazia hemodiálise há seis anos, então ela e meu pai vieram morar comigo pra ficar mais perto de mim. Foi um ano e meio de sofrimento. Enquanto meu pai fazia cirurgias por conta do problema renal, o câncer da minha mãe evoluiu para metástase, vitimando-a em novembro do ano passado. Entrei em depressão por um mês.

Voltei para a igreja com o apoio de várias pessoas, como meu pai, marido e da minha amiga Adriana Valente, e minha fé se renovou. Então surgiu uma luz no meu coração, aquilo que preencheria o meu grande vazio: resgatei um sonho antigo. No fundo eu sempre tive vontade de cursar Psicologia, mas ignorei isso a vida toda. Me formei em coach há 3 semanas  e começo a minha segunda graduação em psicologia em agosto! Em apenas  duas semanas já conquistei clientes, uma página com 2.600 curtidas no Facebook e um canal no YouTube com 30 inscritos, além de boas visualizações por vídeos que não têm uma semana de postados. Foi então que fiz uma transição de carreira e o vazio então se preencheu de amor e realização.

Voa, Maria: Quais são as vantagens de empreender?
Aline Cintra: Muitas vantagens. A principal é saber que aquele resultado só depende de você e do seu cliente. Não de terceiros. Ter mais tempo com a família, pois você faz seu horário e ganha de acordo com sua meta. Também posso ajudar pessoas sem ter que pedir autorização pro seu patrão. Gosto também de tirar férias em períodos que os lugares esta o mais vazios. E não há limites de onde podemos chegar. 

Voa, Maria: E os desafios que encontrou para criar o próprio negócio?
Aline Cintra: Ter muito foco, ter horários e cronogramas, principalmente pra quem trabalha home office. Um bom líder precisa tomar decisões com informações incompletas, porque o que ocorre  ontem pode não ocorrer hoje nas vendas, e mesmo assim você tem que tomar essas decisões. Mas ninguém te ensina a administrar seu próprio negócio! Nem financeiramente, nem lidar com a equipe ou algo parecido! Se você não aprender e correr atrás poderá ficar meses sem receber. Mas as contas não vão parar de chegar!

Voa, Maria: Como superou estes desafios?
Aline Cintra: Buscando conhecimento em diversas áreas. Marketing, finanças, administração, liderança, entre outras.

Voa, Maria: Quais dicas você daria para as mulheres que, como você, sonham em ter o próprio negócio?
Aline Cintra: Busque conhecimento o tempo todo, faça relacionamentos verdadeiros, crie uma ligação com as pessoas, um elo. Elas sempre lembrarão de você quando precisarem. Faça seus clientes se sentirem especiais e trate a todos como gostaria de ser tratado. Não importa o tempo que demorar, encontre seu propósito de vida, encontre sua missão nessa terra.

Voa, Maria: Qual é o seu sonho?
Aline Cintra: Meu objetivo, minha missão de vida, meu sonho é tudo a mesma coisa: ajudar o maior número de vidas a superarem seus traumas, medos, inseguranças e perdas por meio de vídeos, palestras e atendimentos individuais. E minha maior realização será palestrar em hospitais e fora para familiares  de pessoas com doenças agressivas ou terminais. Quando eu precisei só achei tratamentos que se direcionam para as pessoas doentes em si, não para os familiares. Minhas experiências de vida farão  toda a diferença!

 

Acompanhe o trabalho de Aline Cintra nas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube.

 

 

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Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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