Entrevistas

O rumo das conquistas de Helena Rodrigues

Carro novo, apartamento e toda a vida escolar da filha em escolas privadas até a universidade. Tudo que Helena Rodrigues tem hoje é fruto de trabalho árduo que desempenha desde 1988, ano em que, incentivada pela tia, passou a trabalhar na praça no Vermelho e Branco.

Aos 45 anos, hoje é dona do próprio alvará e também de uma nova Spin, adquirida em fevereiro. Mas o sucesso da empreendedora não veio à toa. “Para ser taxista tem que ser muito ter muita garra, porque somos autônomos. Se a pessoa não se dedicar, ela não vai alcançar seus objetivos. Conheço muitos taxistas que não deram certo por isso: eles ficaram passeando de carro. Ser taxista é trabalhar, não andar de carro”, observa.

Uma das principais características de Helena é a atenção aos assuntos relacionados à categoria, que ela defende com unhas e dentes: é presença confirmada em manifestações pró-taxistas e discussões da Câmara Municipal de São Paulo a favor da proibição do Uber e exercício de táxi clandestino. Pelo WhatsApp ela compartilha estas e outras informações, como situação do trânsito e dicas de eventos.

Os aplicativos, aliás, são sua grande fonte de renda. Desde que decidiu sair do Vermelho e Branco, ela tira 90% do seu faturamento dos apps. “Não pego mais passageiros na rua. O meu letreiro eu nem sei mais como acender”, fala a usuária da 99Táxis, Easy Taxi, Wappa, Porto Seguro, Taxi Já e Sem Parar.

Outra característica que chama atenção na empreendedora é a disciplina: ela trabalha nos três períodos (manhã, tarde e noite) e realizam entre 9 e 10 corridas por dia. Já a manutenção, sempre preventiva do seu veículo, é realizada sempre aos sábados ou em dias mais fracos da semana.

Como dificuldade, no entanto, Helena aponta a organização financeira para separar o profissional do particular, assim como conciliar a vida profissional e pessoal. Por isso, a taxista de Interlagos dá carona todos os dias à filha, a fim de passar um tempo com ela. Já em finais de semana alternados, vai ao litoral para visitar os pais. “Admiro quem consegue manter uma carteira de clientes. Mas particularmente prefiro a minha liberdade. Tive uma passageira que gastava de R$ 3 mil a R$ 3.500 com táxi, só que se ela me ligasse no sábado à tarde, todo o meu planejamento com a minha filha era deixado de lado, porque se eu falasse não para ela, perderia a cliente”.

Por fim, como diferencial do negócio, Helena oferece revista, TV, DVD e wi-fi no carro. “Sobre o meu atendimento, dou sempre o meu melhor. Sou super educada, tanto que os passageiros me agradecem pela educação e fico admirada, por que é minha obrigação tratá-los bem”, finaliza.

A entrevista foi originalmente publicada pela Revista Táxi!, que tem todo o conteúdo produzido pela Usina 2 Comunicação.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

Você também vai gostar de

Posts populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *