“A gente só chega aonde os nossos sonhos chegaram primeiro.” Ariadne Guedes, capixaba de 29 anos, não é a criadora desta frase, mas a levou a sério. Tanto é que, mesmo iniciando sua trajetória empreendedora de forma simples, vendendo produtos para unhas em terminais de ônibus, hoje é dona de quatro lojas especializadas e já está nem negociação para levar a Ariadne Beauty Nails para outros estados brasileiros.
Administradora, a empreendedora trabalhava em hospitais e, depois que seu contrato venceu, ela tinha de esperar seis meses para ser recontratada. Neste hiato, teve a ideia de transformar um antigo hobby em renda. “A vaidade veio primeiro. Sempre vazia as unhas em casa. E quando as películas chegaram ao mercado, achei fantástica a possibilidade de colocar fotos nas unhas, já que antigamente a moda era só vermelho e francesinha”, lembra.
Começo difícil, mas necessário
O antigo emprego era estável e administradora não tinha formação técnica na área da estética. Ainda assim, depois de três meses em casa, ela começou a vender produtos e logo percebeu que já faturava o equivalente ao seu salário. “Comecei vendendo na praça e foi assim que as pessoas ficaram me conhecendo. Algumas compravam mil, até três mil películas de uma vez”, conta.
Ela também conquistou muitas das suas atuais clientes no terminal de ônibus. “Trabalhava no banheiro, onde os guardas não podiam me abordar. Sentava no chão, que era imundo, pegava as películas para que as clientes as escolhessem”, continua a empreendedora que nunca se deixou abater. “A vontade de crescer era maior. Se não fosse pelas vendas na rua, eu não seria conhecida, pois quando consegui abrir a loja e a batizei de Beauty Nails, as pessoas perguntavam pela “loja da Ariadne.”
Crescimento rápido
Ariadne conta que o grande diferencial do seu negócio foi ser uma loja especializada em unhas, onde as clientes encontram desde películas até cursos de alongamento e unhas de gel. E, graças a este nicho, a empreendedora conseguiu abrir uma nova unidade na Grande Vitória, no Espírito Santo, a cada seis meses. “Não foi nada planejado. A minha primeira compra para a loja foi de R$ 1800, valor emprestado pelo meu marido. Já a segunda compra foi de R$ 3500. Fazia o dinheiro render e reinvestia tudo. Não tirava nada para mim, pois aquele faturamento tinha de virar o capital da empresa”, pontua.
Mais madura, ela agora tem planos e interessados para levar a Ariadne Beauty Nails para São Paulo, Rio e Fortaleza. “É gratificante ver um negócio pequeno se tornar grande. É esta satisfação que me anima todos os dias para sair da cama: saber que eu tenho quatro lojas e que carrego 20 famílias.”
Obstáculos
Mas nem tudo foi simples no processo de consolidação da empresa especializada em unhas. A primeira dificuldade foi conseguir o alvará de funcionamento. Burocracia resolvida, a missão dela agora é manter o padrão de qualidade no atendimento e fazer com que os colaboradores vistam a camisa da empresa.
Mesmo assim, ela não desanima: continua em busca do sonho, que antes era ter uma loja com papel de parede com estampa de oncinha e agora é ser reconhecida internacionalmente.