Entrevistas Negócios digitais

Ana Maduro: consultoria para quem quer se aventurar nas startups

Airbnb, Uber e NuBank. Estes são apenas alguns dos exemplos de startups – empresas em que o modelo de negócios é inovador, já foi testado no mercado e tem capacidade de expansão rápida e global – que têm revolucionado os mercados de hotelaria, táxis e instituições bancárias, respectivamente. No entanto, o número de exemplos de como as startups têm imposto uma nova dinâmica de negócio e também revolucionado modelos até centenários e tradicionais de negócios é infinitamente maior.

Entender esta nova proposta de negócio e estimulá-la faz parte das atribuições de Ana Maduro. Psicóloga com MBA em recursos humanos, Ana nunca se viu atuando na área clínica. Assim, procurou se especializar cada vez mais em desenvolvimento de negócios, tanto que fez imersões na Babson College – uma das mais conceituadas escolas de negócios do mundo- e na Universidade da Califórnia em Berckeley, ambas nos Estados Unidos. “Deixei a minha carreira executiva para montar a Startup Carreira. Desde então, trabalhava com carreira e desenvolvimento de profissionais e percebi o nicho de quem saía da área executiva para empreender, mas não sabia quais eram as ferramentas disponíveis para produzir algo”, lembra.

Foi assim que Ana Maduro se especializou como coach para orientar a criação de novos negócios e também foi convidada para integrar a equipe que auxilia os processos seletivos de aceleradoras – empresas lideradas por empreendedores ou investidores experientes, focadas em empresas que tenham o potencial para crescerem rápido. Ela então orienta todo o planejamento de negócios, desde a ideia inicial até o lançamento efetivo da empresa.

Uma das principais negligências dos novos empresários é o distanciamento entre a ideia e o mercado. Assim, Ana aponta que é preciso conversar com o público alvo, a fim de definir muito bem quem são os potenciais consumidores, além de testar o mercado.  “Já tive empreendedor que conversou comigo e lançou um aplicativo de quase R$ 50 mil. Ele levou quase um ano desenvolvendo o app e quando tentou vendê-lo aos clientes B2B (Business to Business) e B2C (Business to Consumer), descobriu que os clientes precisavam de outras soluções”, adverte.

Outro cuidado essencial para quem quer se aventurar no mercado de startups é estruturar o negócio antes de apresentá-lo a incubadoras e investidores. “Além disso, é importante que as empreendedoras tenham mentores que façam parte do dia a dia do ecossistema da startup. Muitas pessoas estão dispostas a ajudar e passar as falhas do negócio. E ainda é fundamental encontrar sócios que se complementam. Já orientei quatro programadores que sabiam muito tecnicamente, mas não conheciam nada de gestão para lançar uma startup”, continua Ana. “Se você é muito técnico e não sabe vender, sua ideia morre.”

Ana defende ainda que para conseguir conquistar credibilidade e investidores no seu negócio, o empreendedor precisa desenvolver uma boa projeção financeira, a fim de identificar qual será a capacidade de atendimento da startup, quais serão as metas e como será o desempenho em diferentes cenários, desde a possibilidade de faturamento até o quadro de colaboradores necessários. “Muitos profissionais vem conversar comigo, conhecem o mercado, porém não têm este tipo de projeção. Para que a startup receba a solidez necessária, ela precisa ter projeções financeiras”.

Mas para lançar uma startup é preciso ter muito dinheiro? Ana explica que não. “Um dos exemplos que tenho é de uma indústria que será lançada no mercado em breve, mas que surgiu de um café de duas empreendedoras. Elas tinham pouco investimento inicial para lançar a empresa e, para captar este valor, venderam alguns produtos alimentícios congelados. A princípio conquistaram 30 clientes e faziam tudo, inclusive a entrega dos produtos. Depois começaram a visualizar outras possibilidades de venda e estudaram outras características de produtos, alimentos desidratados e etc. Assim, conquistaram o investimento inicial de R$ 30 mil e o CNPJ”, comemora Ana, ressaltando que tal conquista foi alcançada graças à insistência das empresárias.

“Outro case: uma empreendedora que trabalhava com marketing e mídia e criou uma indústria de sabonete. Por ser muito boa na área comercial, o primeiro pedido foi fechado com a Daslu, ocasião em que ela tinha de entregar sete mil sabonetes”, ressalta Ana. “Já uma amiga recomeçou do zero depois que a empresa dela faliu. Ela trabalhava com whey protein (suplemento alimentar) e inventou um novo produto a partir de batata doce. Hoje ela está muito bem no mercado e vende até na Amazon”, finaliza Ana.

E você, quer ser a nossa próxima estrela? Quer compartilhar sua expertise? Escreva para [email protected]!

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

Você também vai gostar de

Posts populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *