Nem tudo que reluz é ouro. Carol Ferreira sabe bem disso. Afinal, a jornalista com pós-graduação em relações públicas trabalhou 11 anos como comunicadora e, quando conquistou o emprego e o cliente dos sonhos, passou a ter sintomas de ansiedade. “Cheguei para o meu então marido e falei que não aguentaria todo o meu planejamento de carreira. Foi um período turbulento. Me mudei para o interior, meu casamento acabou e voltei para São Paulo no início de 2016”, conta.
Novos rumos
De volta à capital paulista, Carol se hospedou por uma semana na casa de uma amiga que tinha problema com acumulação. “Tenho TOC de limpeza e dei um jeito na casa inteira. Percebi que organização é uma profissão. Fiz o trabalho para outras amigas e quando começou a rolar uma grana, percebi que aquilo poderia virar um negócio”, lembra.
A organização então virou uma prioridade. Carol investiu em um curso de design de interiores e também identificou mais uma demanda do mercado: Feng Shui. “Em janeiro, identifiquei o perfil das minhas clientes. Em geral, são mulheres independentes, em uma fase de conflito pessoal gerada por trabalho ou transição de carreira”, observa.
Assim, a empreendedor defende que, mais que uma questão estética, a organização traz uma série de benefícios emocionais. “Depois que entrego o trabalho, as clientes que levam a organização para outras áreas. Ao se organizarem mentalmente, elas adquiriram disposição para ter atitude em outras esferas da vida”, comemora Carol.
Próximos passos
Empreender trouxe a Carol é uma série de benefícios. Além da satisfação de desenvolver seu trabalho, que descreve como ‘um presente para as clientes’, ela também tem tempo para cuidar da própria saúde. “Devido à falta de tempo quando estava no mercado, comecei a desenvolver transtornos. Hoje faço home office e saio de casa para fazer os atendimentos. Sinto-me muito grata por não depender mais o sistema.”
Mas assim como as demais donas do próprio negócio, Carol também enfrenta diversas dificuldades. Uma delas é não ter mais o poder de consumo de anos atrás. “Todo mundo está sem dinheiro e sem emprego. Tenho de ter muita paciência para ver o meu negócio acontecer. Também sinto uma falta de apoio: como é idealizado, as pessoas demoram para assimilar a profundidade do meu trabalho”, conta.
Sobre os próximos passos, Carol já iniciou o Projeto Organiza Sua Casa, Organiza Sua Vida, como intuito de beneficiar muitas mulheres. Para isso, ela oferece seus serviços e já faz parcerias com uma coach e terapeutas, a fim de que seus clientes possam investir não só na organização, mas também na saúde mental.