Entrevistas

Depois de atuar no Sebrae, Alessandra Batista ensina competitividade às empresas

Você já pensou em coordenar equipes que trabalham em cruzeiros durante oito meses a bordo? A Alessandra Batista já. E além de passar três temporadas em alto mar, ela também acumulou longa experiência no Sebrae, desenvolvendo projetos de competitividade e também a metodologia desses projetos para passar aos escritórios regionais jnto com uma equipe.

Antes destas experiências, ela também trabalhou como gerente de banco. Mas ela queria ter mais qualidade de vida do que o mundo corporativo oferece. “Para mim, a maior vantagem de empreender é a flexibilidade de horário. Ficava 2h no trânsito. Mais oito horas de trabalho. Não tinha tempo sequer de fazer cursos, era obrigada a fazer online. Certa vez ganhei um curso de Logística e não teve um dia em que não cheguei atrasada”, relata.

Mais que aumentar seus conhecimentos, a passagem pelo Sebrae revelou ainda uma grande oportunidade de mercado para a atuação de Alessandra, pois, apesar de oferecer vários programas gratuitos, muitos pequenos empresários preferem pagar por consultorias. “Decidi então montar minha empresa, para dar apoio às pessoas que pretendem abrir um negócio. Percebia que muitos destes aspirantes ao empreendedorismo não faziam o levantamento de plano de negócio, controle e as informações necessárias para que o empreendimento se mantenha no mercado”, avalia.

Consolidação

Alessandra chama atenção para o alto índice de falência dos novos negócios: mais da metade fecha as portas antes de completar cinco anos de atividade. Para não fazer parte desta estatística, ela aconselha investir na competitividade. “Primeiro a empreendedora tem de fazer o plano de negócio, analisar se o seu produto realmente vai vender, o que está faltando no mercado. Ou então ela terá de se diferenciar no mercado. A empresária pode até ter um ótimo produto, mas se ela não se diferenciar do concorrente, não vai vender. Será apenas mais uma.”

Outra recomendação é investir na sustentabilidade financeira da empresa. Para isso, ela deve ter guardado, no mínimo, o capital necessário para garantir o funcionamento da empresa durante seis meses. “Também é uma dificuldade dos novos empresários conquistar cliente. Leva tempo. E precificar também é um desafio, pois enquanto o negócio não é conhecido, não tem como cobrar um preço alto. E a indicação é muito importante”, conta a consultora que, ao pesquisar os valores cobrados pela concorrência, encontrou consultorias em que o valor da hora variava entre R$ 200 e R$ 1000 po hora.

Para superar estes obstáculos comuns às novas empresas, Alessandra começou a prestar serviço de casa e investiu apenas nos cartões de visita e site. Agora, com escritório próprio e alguns colaboradores na ABT Consultoria, ela já almeja voos mais altos. “Meu sonho é ampliar a empresa, mas primeiro ainda preciso conquistar mais clientes”, conclui.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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