Mais de 800 revendedoras e 20 franqueadas, conquistadas com investimento inicial de R$ 50 e muito trabalho desde 1993. Porém, mais do que números, o objetivo maior de Andréia Oliveira, fundadora da Ammo Joias, é transformar a vida de mulheres – meta esta que, como os próprios números mostram, já foi alcançada.
Paulistana da zona norte, Andréia conta que, aos 13 anos, pediu R$ 50 ao pai para comprar acessórios para revendê-los, a fim de que, com os lucros, ela pudesse pintar o cabelo. Mais que a questão estética, ela descobriu ali o que seria o seu grande negócio. “Vendi peças para professoras e não parei até hoje”, diverte-se.
Porém, a identificação não ocorreu logo de cara. Antes de apostar todas as suas fichas no empreendedorismo, ela trabalhou em uma papelaria, centro ortopédico, oficina de funelaria e mecânica e também como secretária de uma construtora. “Mesmo trabalhando, vendia as joias na hora do almoço. Mas saía de casa às 5h30 e só voltava depois das 21h, por conta do trânsito. Um dia meu chefe perguntou quanto eu vendia apenas na hora do almoço. Respondi que eram R$ 100. ‘E você já parou para pensar em quanto ganharia se vendesse o dia todo para você?’. Foi aí que comecei a pensar em sair do emprego para me dedicar às joias”, continua Andréia.
Começo difícil
A decisão de transformar a renda extra em negócio próprio se consolidou depois que ela, que sonhava em ser comissária de bordo, foi dissuadida da ideia. Ainda assim, ela só encontrou apoio da mãe, visto que, por ter um bom salário, as pessoas diziam que ‘ela era louca’. “Nesta época descobri que 90% das pessoas que eu conhecia eram alérgicas, pois o problema das bijuterias é a composição com níquel, que ainda é cancerígeno. Mas só consegui tais informações no exterior e eu decidi que teria o mesmo padrão de qualidade dos Estados Unidos. Foi aí que vi que podia crescer ainda mais do que eu imaginava”, pontua.
No entanto, apesar do otimismo, ela teve de tomar decisões importantes, como optar por comprar um carro em vez de investir em uma graduação, já que o veículo serviria como instrumento de trabalho. “Fiz Gestão Empresarial aos 31 anos”, acrescenta.
Para consolidar a empresa, Andréia também conta que teve de aumentar a carteira de clientes, processo que foi muito mais difícil do que ela imaginava. “Já tinha clientes na Zona Sul de São Paulo, mas queria captar também na minha região. Então fui vender no porta a porta. Uma vez bati em um salão e perguntei se podia mostrar meus produtos às meninas. A dona do salão negou e ainda bateu a porta nas minhas costas. Minhas joias caíram no chão. Aquele foi o dia mais humilhante da minha vida. Mas em seguida, tentei vender em um outro salão, em que a dona aceitou me receber e chamou todas as mulheres que moravam no prédio para comprar meus produtos. Vendi em um dia o que vendia em um mês.”
Outro obstáculo foi a confiança em pessoas erradas. Conforme o negócio evoluiu, Andréia já não dava conta de administrar a pequena empresa e vender as joias. Por isso, ela começou a aumentar o negócio de forma amadora, pedindo às amigas que revendessem os produtos. “Mas eu não tinha contrato de consignado. Vários mostruários se perderam. Trabalho com um produto que as pessoas que têm muita vontade de ter, que são fáceis de pegar, de levar. É um produto de risco. Pessoas levaram muito de mim. Foi difícil manter os três valores da empresa, que são honestidade, comprometimento e amor. Algumas pessoas que não tiveram estes valores e quase fizeram com que eu perdesse o negócio”, aponta.
Redes
Andréia então começou a pedir indicações de clientes e, aos poucos fez a Ammo Joias crescer. Além das consultoras e franqueadas, ela também possui hoje uma loja modelo e se planeja para atingir a marca de mil consultoras e 360 franqueadas. Hoje as consultoras contam com plano de carreira, em que são recompensadas até com viagens de acordo com o desempenho. Já as franqueadas têm a possibilidade de obter até 100% de lucro com os produtos.
E para as mulheres que sonham em, como ela, criar um negócio com poucos recursos e fazê-lo crescer a ponto de impactar outras mulheres, Andréia recomenda libertação do que os outros vão pensar ou dizer e foco. “Não adianta ela vender Ammo Joias, depois pula para outra empresa de venda direta, depois pula para outra. Ela tem que se focar. E também acredito que o que me trouxe até aqui foi a minha fé em Deus e nas pessoas, mesmo depois de tudo que passei”, conclui.
Sempre fui empreendedora desde cedo e a franquia sempre foi o meu foco. Adoro conteúdo deste tipo muito obrigada!
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