Entrevistas

Empreendedora criou empresa de TI no Ceará e conquistou o Brasil

De cada 100 empresas de tecnologia, 65 estão em São Paulo. Esta é a constatação do Censo de TI de 2015, realizado pela Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), em parceria com a Federação Iberoamericana de Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação (Aleti).

Mas se consolidar em outros mercados e ainda promover a atuação nacional enquanto empresa de tecnologia é, sim, possível, como mostra Josefina Picanço, vice-presidente de Negócios da Softium – empresa de soluções sediada em Fortaleza, no Ceará. Com 20 anos de atuação, a Softium emprega 50 colaboradores, opera em 15 estados (entre eles São Paulo) e soma dezenas de clientes na carteira espalhados por todo o País.

Formada na área de tecnologia, Josefina conta que se casou cedo, apenas meses após sua graduação. Em pouco tempo também ela concebeu a primeira filha e, mesmo jovem, trabalhava em grandes empresas atuando em tecnologia. “Trabalhei no Banco do Nordeste, entre outras corporações. Até que, em 1996, saí da empresa para virar prestadora de serviço. Foi assim que nasceu a Softium”, lembra.

O começo do empreendimento, no entanto, apresentou mais desafios que os comumente enfrentados por aspirantes ao mundo dos negócios. Isso porque Josefina teve de conciliar as atividades da empresa com um divórcio e a criação de dois filhos pequenos. “Não foi fácil. Foi muito amor às crianças e à empresa. Respeito às várias coisas ao meu redor. E para mim tinha que dar certo, pois tinha duas crianças para educar e uma empresa para fazer crescer. Tive uma motivação interna imensa”, continua.

Ajuda

Para dar conta de casa, filhos e empresa, Josefina agradece o respaldo que teve da mãe, que pegava as crianças na escola e as levava à natação, e também da secretária do lar. “Viajei este País todinho desbravando o comercial para a Softium. Mas eu não deleguei a criação dos meus filhos, não deixava de acompanhá-los. Precisava ter a rédea das coisas. Por outro lado, a empresa tinha necessidade grande de mim”, continua.

Mudanças

Uma das principais diferenças que Josie sentiu ao mudar do lado do balcão – de funcionária para dona do negócio – foi a responsabilidade de empreender. “Quando somos empresários, somos responsáveis por tudo que acontece ao nosso redor. Eu tenho muitos chefes, que são os clientes. Cada cliente é uma prioridade. Tenho de ligar para esses vários chefes ao mesmo tempo para atender as expectativas”, defende.

Responsável ainda pelo impacto na vida dos próprios colaboradores, ela conta que decidiu ir além da simples influência enquanto chefe e investiu na formação em Coaching, a fim de deixar legado e propósito para as pessoas. “Vi uma oportunidade de influenciar, de ajudar o desenvolvimento profissional de mais gente. Hoje a minha missão de vida é influenciar mais e mais pessoas”, comemora a empreendedora, que este ano planeja lançar um coaching em grupo voltado para mulheres.

Já com este objetivo de impulsionar empreendedoras, Josefina conta que a primeira coisa que elas devem fazer ao investir em um negócio é descobrir algo pelo qual elas tenham paixão. “Quando falo da Softium, meu olho brilha. Nunca abra mão dos seus valores. E busque o equilíbrio. Não adianta ter um negócio de sucesso se a sua vida está desestruturada”, finaliza.

 

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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