Entrevistas Moda

Com exclusividade e tendências, Letícia Correia vende 3 mil lingeries por mês

Roupas íntimas costumam ter uma concepção bastante comum. Enquanto as lingeries são, majoritariamente, sensuais, os pijamas são confeccionados em tons pastéis, com aquela cara de roupa confortável e nada atrativa apenas para dormir.

Mas a Ava Intimates foi criada para romper padrões ao conferir estilo e moda nestas peças tão básicas do dia a dia. E a estratégia está dando certo: a marca vende cerca de três mil peças por mês, no e-commerce e nas lojas físicas: uma no shopping JK Iguatemi e outra nos Jardins, em São Paulo.

O feito é da empreendedora Letícia Correia, que decidiu unir suas duas paixões, moda e publicidade, para criar uma marca e fazer da lingerie e dos pijamas peças que elevem a autoestima e reflitam a individualidade da mulher.

A Ava nasceu para dar às lingeries um lugar de destaque no look, com estampas exclusivas e modelagem confortável, permitindo às mulheres usarem itens que façam sentido para elas, de acordo com o estilo e autenticidade de cada uma delas”, explica Letícia.

Crédito: Divulgação

Ideia

A Ava, no entanto, não é o primeiro empreendimento da paulistana. Ainda na faculdade, aos 18 anos, ela criou sua primeira marca de roupas, as quais vendia em bazares para as amigas.

Como o núcleo familiar tem o perfil mais corporativo, ela também investiu no mercado de trabalho e atuou em uma multinacional e uma empresa de mapeamento de tendências.

Formada em Publicidade e Design de Moda, ela decidiu transformar seus conhecimentos em um grande negócio. “O insight para criar a Ava veio da minha atenção ao mercado. Eu percebia que as marcas brasileiras eram massificadas, carentes de peças autorais e referências modernas de moda. As lingeries e pijamas sempre eram vistas pelo viés sexy e provocativo, nunca como um item de moda e jamais como algo ligado à autoestima da mulher.”

Início

Depois de um freela para o São Paulo Fashion Week, com produção de moda para revista, a Ava saiu do papel. Para isso, Letícia investiu R$ 20 mil e tinha apenas quatro produtos.

O primeiro desafio foi encontrar bons fornecedores, processo que durou mais de seis meses. Hoje, uma das grandes dificuldades apontadas por Letícia é a separação da vida pessoa e profissional, uma vez que “é difícil a gente saber quando desligar e desconectar, principalmente quando a marca leva o seu nome“.

No entanto, ela conta que perceber como as lingeries e pijamas da Ava impactam as clientes, que demonstram mais autoestima e felicidade em comprar ou presentear amigas com as peças faz o trabalho valer a pena. “É muito gratificante ver isso acontecer”, acrescenta.

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Diferenciais

Segundo a CEO, o que fez a empresa voar nos últimos oito anos (apenas em 2022 a marca cresceu 60%) foi o diferencial. As lingeries e pijamas são autorais, têm cores e estampas exclusivas e vestem diferentes corpos.

A empresa aposta ainda na sustentabilidade e ciclo de vida do produto com responsabilidade social e ambiental. “Em troca de um cupom de 10% de desconto, as mulheres podem entregar nas lojas físicas as lingeries usadas, que geralmente seriam descartadas, para serem revitalizadas e doadas para outras mulheres. Caso não estejam em bom estado, nós ainda assim facilitamos o descarte correto”, continua Letícia.

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Acertos e erros

Para quem está começando sua jornada empreendedora, especialmente no segmento da moda, Letícia Correia adverte que “todos empreendedores erram e acertam todos os dias“.

“Quando iniciei a Ava, tinha alguns milhares de reais e uma ideia. Sabia, por exemplo, que fazia mais sentido abrir um e-commerce e não uma loja física. Entendi que, além do e-commerce, precisava investir em boas imagens do produto e estar nas redes sociais. Pesquisei muito bem o mercado, sabia quais eram os diferenciais que queria entregar e do que o mercado estava carente, pesquisei muito sobre os concorrentes e acima de tudo, sabia, por ser mulher, o que as mulheres buscavam ao procurar uma lingerie”, continua.

Assim, a estratégia que ela entrega para quem quer ter uma empresa é começar, ainda que o cenário não seja o ideal ou que a pessoa julgue não ter o capital necessário. “Quando comecei a marca ainda não tinha nem sacolas para enviar ou entregar os produtos. Quem espera o momento perfeito perde muito tempo e deixa escapar oportunidades“, conclui.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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