Maísa Pacheco sex shop negócios
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Rainha dos likes, Maísa Pacheco se tornou referência em negócios e sex shop

“Bom dia, pepekudos e pepekudas”, cumprimenta Maísa Pacheco, com o jeito irreverente e animado tão característico desta empreendedora que se tornou “PhD” em conteúdo sexual feminino e também de produtos eróticos.

Aos 46 anos, 20 deles dedicados à loja homônima que tem na esquina da Avenida Paulista com a Consolação, em São Paulo, Maísa é hoje uma das principais e maiores referências em sex shop no Brasil. Afinal, além de ter uma loja física em uma das avenidas mais famosas do país, ela também se tornou uma digital influencer: soma quase 100 mil seguidores no Instagram.

Filha de comerciantes, Maísa se descreve como uma pessoa de personalidade forte e determinação, que sabe aonde quer chegar. “Minha mãe diz que sou muito parecida com meu pai, que era comerciante, e que tenho Toque de Midas [que tudo que toca vira ouro]. De todos os filhos, fui a única que seguiu o caminho dele”, comenta.

Assim, Maísa conta que já vendeu de tudo: roupa, bijuteria, caldo de cana e pastel na rua. Já o sex shop surgiu em 1999, como um convite. “Conheci uma amiga, que tinha um amigo que estava vendendo a loja. Ele perguntou se eu queria fazer uma experiência antes de decidir comprar 45% do negócio. Vendi meu o salão de cabeleireiro na época e paguei a loja em prestações com o próprio dinheiro que ganhava no sex shop. Foi R$ 20 mil na época”, lembra.

Segmento promissor

Foi então que a empresária se encontrou. Além de “abrir ainda mais a cabeça”, Maísa conta que um dos fatores que influenciaram o seu sucesso foi o fato de ser prática.  “Sei que faço muita diferença na vida de outras mulheres, pois vejo a vida de outra maneira: sou muito objetiva, não fico perdendo tempo com nhé, nhé, nhé”.

Um bom exemplo da objetividade e também da irreverência que fazem com que ela conquiste mais e mais seguidores está em um dos posts no Instagram: “não faz c* doce que eu jogo formiga nesse teu rabo”, diz a arte.

Estudo de mercado

Depois de três anos à frente do negócio que, 20 anos atrás era carente de informação, Maísa se dedicou a aprender mais e mais sobre o mercado e tendências de produtos eróticos. Ela investiu em viagens e participou de feiras para entender melhor produtos e, assim, atender aos clientes com mais propriedade.

Outra estratégia: benchmarking [prática do mercado em que se analisa a concorrência]. “Visitei outros sex shops para entender como cada dono, cada vendedor, atendia. Fui me reciclando e identifiquei o que eu gostaria e o que eu não gostaria no meu sex shop.”

Mais que likes, atendimento

Uma das constatações do benchmarking foi a baixa qualidade do atendimento prestado nas lojas. Afinal, Maísa concluiu que vendedores e os próprios donos das lojas tinham vergonha de atender o consumidor. “O que percebi é que os donos de sex shop se escondiam. Pareciam traficantes de drogas. Ninguém queria botar a cara. Então, é por aqui que eu vou. Comecei a investir em um atendimento mais despojado, deixando o cliente mais à vontade dentro da loja e entender o que ele queria. Não vejo o cliente como um cifrão”, comenta.

Mais um obstáculo: trazer as mulheres para a loja. Duas décadas atrás, quando começou a trabalhar na loja, a empresária percebeu que a maioria dos produtos era voltada para o público masculino, graças ao sucesso de revistas como Playboy e Sexy. Mas com a popularização da internet, a indústria de produtos eróticos começou a se voltar mais para o público feminino, que hoje é 80% dos clientes da empresária.  

Para Maísa, sucesso é sinônimo de trabalho. Por isso, ela critica a postura de pessoas que atribuem o próprio fracasso a fatores externos e macroeconômicos. “O empresário no Brasil está muito acostumado a falar que a crise o quebrou. Crise é boa, faz a gente se mexer. Só fui para o Insta e Youtube quando a água bateu na bunda”, revela.

Negócio nas redes sociais

A investida nas redes sociais começou em 2014, momento em que o movimento da loja caiu significativamente. Então, Maísa investiu no Youtube, mas se encontrou mesmo no Instagram, que hoje é a rede com o maior número de seguidores. Ela também buscou se reinventar com o aplicativo próprio, em que concede descontos aos clientes, escreveu o livro Bastidores do Sex Shop, que vende apenas na própria loja.

Localizada no principal centro comercial do País, o sex shop Maísa Pacheco atende até 25 pessoas por dia. E, para chegar neste patamar, a empresária sugere agilidade e acompanhar tendências para trazer informação para os clientes (estratégia conhecida por Marketing de Conteúdo), além disciplina e foco. “Para ser comerciante, você tem de entender que vai ter de se dedicar muito. Você tem que abrir e fechar a loja. Quando as pessoas estão em aniversário, evento, você está trabalhando. Disciplina, foco e depois você vai curtir a vida. Todo mundo quer ter um comércio, mas não sabe os problemas que tem, né? Qualquer problema é você que tem de resolver”, ressalta.

Maísa agora pretende retomar as palestras sobre sexualidade e também lançar mais um livro até o final de 2019. E como sonho, deseja que as mulheres se tornem cada vez mais independentes. “Independentes de tudo. Saber que a felicidade delas não está na felicidade do outro. E que essa mulherada comece a abrir o olho para entender que quando ela se tornar independente, tudo muda na vida. A mulher tem uma força incrível e a que a gente tem de plantar essa sementinha e mostrar para ela que ela é capaz sim”, finaliza.

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Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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