Entrevistas

Veruska Marques: “As pessoas com quem trabalhei viraram amigos. Este é o principal”

Salvar o mundo trabalhando com animais. Este era o intuito de Veruska Marques, hoje com 40 anos, quando optou pela faculdade de Biologia há mais de duas décadas atrás. No entanto, depois de investir em um mestrado, em que ela atuava com animais em experimentos e tinha de sacrificá-los, a futura empreendedora repensou sua trajetória profissional.

Aconselhada pelos professores da Universidade de São Paulo, Veruska decidiu trocar laboratórios por salas de aula. “Fui para um colégio lecionar ciências e biologia para as crianças. Durante 10 anos, aula para mim foi incrível. Ensinar para mim seria salvar o meu mundo”, lembra.

Porém, diante do avanço tecnológico, os colégios particulares começaram a adotar lousas interativas, o que provocou o achatamento salarial dos docentes, tanto que Veruska conta que a remuneração não era suficiente para pagar as contas.

A saída? Adaptar-se às inovações. Assim, ela foi convidada para capacitar professores, ensinando-os a usar a lousa digital – desafio que Veruska aceitou e, ao longo de sua atuação, capacitou dois mil profissionais.

Crise

Veruska conta que sempre teve vontade de ter o próprio negócio, ideia que ganhou força há pouco tempo, quando, por conta da crise, suas aulas de capacitação de docentes também foram reduzidas. “A crise chegou e tornou o momento complicado. Foi aí que decidi abrir minha empresa e uar toda a minha experiência em desenvolvimento humano”, relata.

Mãe de uma menina de 18 anos, hoje Veruska se dedica ao coaching, investimento que ela fez não só por identificação, mas também que se soma à bagagem educacional que ela traz da atuação escolar. “Hoje sou esta pessoa que quer trabalhar com coach para beneficiar com pessoas que queiram aumentar o seu potencial”.

Recomeço

Nesta transição, uma das primeiras dificuldades foi conhecer todos os processos que compõem um negócio. “Não tenho base com marketing, precisei muito que pessoas me indicassem novas atitudes e os comportamentos de potenciais clientes. Fiz networking e investi em livros e palestras, estudei bastante, porque não queria fazer a divulgação do meu negócio pelas vias mais fáceis, mas sim pelo seu propósito”, conta.

Outra adversidade foi a financeira, já que Veruska foi surpreendida pelo desemprego. “Trabalhava em uma empresa muito digna, que assumiu a dívida e pagaram tudo o que me era devido, mas ainda assim foi um momento complicado. A minha sorte, se é que posso chamar assim, é que sou muito bem recebida pelas pessoas que procuro ajuda. Como meu trabalho está sendo muito bem feito, o retorno vem rápido.”

Mas como a trajetória empreendedora também tem seus benefícios, a coach conta que agora tem tempo mais qualidade de vida e tempo, tanto que ela até tem disponibilidade para fazer academia. Ela também conta que ganhou muito networking e que tem conhecido pessoas novas.

Para quem quer, como ela, iniciar o próprio negócio, Veruska tem dois conselhos. O primeiro é escrever os objetivos e colocar datas para que eles aconteçam. O segundo é aprender a dier não. “Às vezes, mães e mulheres gostam de ser solícitas e deixam seus sonhos e objetivos para trás e para a última hora. É preciso saber escolher os momentos e não se colocar em último plano. Se você não for uma mulher realizada, não conseguirá ajudar outras pessoas”, pontua.

Mais que sucesso, Veruska agora sonha em ajudar muitas pessoas, ter vários cases e agregar pessoas. “Todas as pessoas com quem trabalhei viraram amigos pessoais. Quero ser uma profissional de sucesso que traz pessoas comigo. Este é o principal”, finaliza.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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