Por anos, busquei a perfeição. Acreditei que assim seria aceita pela minha família, trabalho ou “amigos”. Tentei me enquadrar em vários padrões, desde corporais até fazendo algo que estava na moda. Buscava uma aprovação que não tinha fim, e obviamente aquilo foi me desgastando a cada dia.
Tentei enquadrar minha vida profissional, pessoal, inclusive meu casamento. Ele precisava ser o casamento perfeito, e eu precisava mostrar isso nas redes sociais. Acreditei que a vida bela que as pessoas publicavam em redes sociais era a vida que eu desejava ter, a vida perfeita. A perfeição! Que m*rd@ é essa que vira e mexe está aqui no meu ouvido me cobrando, dizendo como devo pensar, agir e me vestir?!
Tomar consciência que era isso que estava aqui comigo o tempo todo me ajudou, de uma forma ou de outra. Hoje meu papel é desconstruir o que um dia foi construído por medo, orgulho, ego e rejeição.
Percepção
Por anos segui um padrão de entregar aos meus pais exatamente o que eles esperavam de mim, pois acreditava que eu tinha a missão de suprir qualquer necessidade deles. Fiz isso com meus irmãos e familiares, e consequentemente levei esse comportamento a minha vida profissional e relacionamentos afetivos.
Anos exercendo o papel de salvadora, da mocinha que resolvia tudo e não dava trabalho a ninguém, pois eu acreditava que meu papel era aquele: ser perfeita para que eu pudesse ser aceita.
Percebi então que essa aceitação precisava vir primeiramente de dentro para fora. Quem ensinou isso? A vida, pois ninguém em momento algum mostrou esse caminho a mim. A escola não ensina você a se amar, a se respeitar, a se sentir completa(o). Meus pais?! Quem ensinou a eles? Tão pouco sabiam o que estava sentindo, tão pouco sabiam que de uma forma inconsciente me cobravam também pela perfeição.
Nascemos e crescemos em uma sociedade doente, que nos pune o tempo todo por não nos enquadramos em seus perfis “perfeitos” de idealização humana.
Perfeição que nada
Transcender essa percepção tem sido a minha tarefa diária. Muita meditação, muito contato com o coração, com o sentir. Decidi que viveria minha vida na busca de reconhecer a minha verdade, a minha essência. Buscar quem verdadeiramente sou, quem desejo ser.
Compreendo a cada manhã que é mais prazeroso ser do que ter, que quando sou verdadeiramente minha essência, sou inteira. Ter é apenas uma consequência disso tudo.
Agir assim têm me ajudado a reconstruir e ressignificar minhas crenças sobre “agradar a todos”. Estou na busca da compreensão que sou um ser divino, vivendo uma experiência humana temporária. Com isso, trouxe leveza à cobrança por perfeição. Hoje deixo a perfeição para a natureza, ela sim perfeita. Eu sou apenas a minha verdade, minha essência divina.
Te convido agora a entender o valor do desapego, de soltar o controle, stress e cobranças por perfeição, para ter leveza em suas decisões. Isso é libertador!
Essa liberdade te pertence. Você pode, mas em primeiro lugar você precisa aceitar isso. Aceitar que é resistente, controlador, que está sempre na busca de agradar o tempo todo, que tem medo de ser rejeitado, enfim.
Aceitar sua condição humana, condição de aprendiz. Não é resignação, é aceitação!
Nascemos para ser de verdade, e não perfeitos. Aos olhos do Criador, somos perfeitos. Perfeitos como a natureza é, perfeitos como nossa própria natureza. Perfeitos seres pertencentes a centelha divina, conectados à energia de puro amor que tudo pode e tudo sabe.
Você nasceu para ser de verdade, para viver a sua verdade.
Com amor, graça e leveza
Queli.
