Entrevistas

Hi-tech, Cynthia Akao almeja criar uma startup unicórnio

Gostar de desafios e não aceitar a mesmice são duas das principais características de Cynthia Akao.  Tanto é que a administradora de 34 anos decidiu empreender em tecnologia, mesmo depois de atuar na sua própria área e também como assistente de professor de educação física.

“Há 12 anos comecei a empreender com meu irmão na área de tecnologia. Ele programa desde os 13 anos. Ele sabia fazer, mas não sabia administrar e nem vender. Começamos desenvolvendo sites institucionais, coisas básicas e fomos seguindo as demandas de mercado”, lembra.

Voos mais altos

A inovação sempre esteve no dia a dia da dupla. Mas cientes de que empresas de tecnologia não são escaláveis, decidiram focar em negócios mais promissores. “Sete anos atrás desenvolvemos uma startup, a Facílime, oportunidade de montar um social commerce, que é um aplicativo de e-commerce dentro do Facebook. Empresas nos Estados Unidos alavancaram vendas em 300%. E a gente, por ter experiência, pensamos em desenvolver algo do tipo para os clientes da agência.”

Sem investidores, os dois inovadores tiveram de se autofinanciar e ainda enfrentar os grandes players que estão no mercado. “A primeira versão era uma vitrine de 10 produtos. O PagSeguro viu esta ferramenta e nos chamou para fazer uma parceria com eles, como ferramenta oficial”, conta a empreendedora, que hoje soma quase 70 mil lojas cadastradas em sua base de dados.

Divulgação

Para divulgar a empresa, Cynthia usa links em matérias e assessoria de imprensa, mas teve de reposicionar a Facílime devido às mudanças impostas pelas redes sociais no ano passado. “Os algoritmos do Facebook impactaram agressivamente a empresa. Como a gente sempre foi muito conhecido por venda nas redes sociais, tivemos de mudar e nos posicionar como e-commerce, além de mudar nossas estratégias de divulgação e de branding, pois hoje somente páginas com mais de dois mil fãs conseguem instalar aplicativos, inclusive o nosso”, observa.

À frente da segunda startup, a Let’s Work (sistema de reconhecimento facial e geolocalização) a empreendedora ressalta a importância de validar a ideia no mercado às meninas que sonham em criar empresas tecnológicas. “Veja o que o mercado acha, como eles reagem. Não adianta fazer um sistema muito perfeito. Comece com um MVP (produto mínimo viável) e vai validando este sistema junto ao mercado e clientes para ter a base e desenvolver algo que vai agregar e passar toda a mensagem que você quer”, continua

Mas quais serão os próximos passos de Cynthia? Criar uma empresa unicórnio – uma startup que possui avaliação de preço de mercado no valor de mais de um bilhão de dólares. “Não é fácil, mas a gente sabe que com muito trabalho e investimento a gente consegue atingir”, conclui.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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