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Lu Klain: massoterapia, medicina chinesa e a delícia de ser quem é

Depois de muito buscar pela aprovação da família, hoje Lu Klain hein sabe muito bem quem é: uma jovem gaúcha de 30 anos, casada, mãe de três filhos e que preza pelos seus valores e objetivos. Entre eles, ter uma agenda flexível para cuidar dos filhos e trabalhar com o que gosta. Afinal, ela acredita que se empreender for motivado apenas pelo dinheiro, qualquer um desiste.

Foi por tais convicções que ela encontrou na massoterapia, que executa com técnicas da medicina chinesa, o negócio ideal. “A medicina chinesa foca a causa. Causa da dor, causa do desconforto. Eu ainda não sou acupunturista, mas já trabalho nessa visão. Me chamam para um atendimento para dor no ciático. Eu trato a dor, mas também identifico a causa. Muitas questões de dor no ciático tem relação emocional, essa reação que o corpo sente é a forma de comunicar do corpo. Então, no meu atendimento eu trabalho eu trabalho o todo. Físico, mental, emocional e espiritual”, explica.

Mas nem sempre teve plena convicção de suas escolhas e sua personalidade. “Venho de uma família tradicional e humilde, e em que o estímulo era estudar e trabalhar. Terminou o segundo grau? Vai trabalhar. Espiritualidade é uma coisa minha. Ninguém me falou”, comenta. “Mas sentia uma inadequação, não era bem vista. Queria ir para faculdade e para tanto, entrei cursinho. Mas tinha de trabalhar e consegui um estágio, que na época era de oito horas. Não dava para conciliar tudo. Sem o apoio da minha mãe para investir nos estudos, busquei um emprego qualquer para conseguir aprovação”, lembra.

Assim, Lu trabalhou por anos em um shopping center, como atendente na praça de alimentação. A transição para o mundo dos negócios veio dois anos atrás, quando ela investiu em autoconhecimento. “Durante o processo de coaching, fiz uma autoanálise e percebi que tinha uma relação muito forte com espiritualidade. Foi então que busquei alternativas”.

Tradição milenar

O Reiki que foi apenas uma porta de entrada de Lu nos estudos sobre a cultura e as terapias orientais. “Descobri a massoterapia identifiquei com as técnicas chinesas porque eles enxergam indivíduo como um todo”, observa.

Além da massagem, os clientes de Lu podem optar também por tratamentos como a moxaterapia – uma espécie de acupuntura pelo calor em vez de agulhas – e ventosaterapia, que ficou popular nos Jogos Olímpicos, quando os nadadores apareciam nas competições com marcas roxas pelo corpo. “Também é possível usar a ventosaterapia sem deixar marcas, para quem não curte ficar marcado”, diverte-se Lu.

A empreendedora conta que, mais que relaxamento, as técnicas também são capazes de promover o autoconhecimento e aumentar a consciência corporal. “Questões como depressão também pode auxiliar muito. Já que muitas estagnações de energia se dão pela questões emocionais. Energia parada gera dor no corpo. Emoção presa gera estagnação de energia que gera dores. Nestes casos, indico que o cliente procure psicólogo sim. Ou outras terapias, como constelação familiar e coisas do tipo. Outra coisa que sempre Índico é exercício físico, alongamento, pois movimenta energia. No final do meu atendimento eu costumo ajudar a pessoa a dar uma alongada”, pontua.

Foco, foco e foco

Lu conta que, no início de sua atuação como massoterapeuta, ela até chegou a oferecer produtos estéticos, como drenagem linfática e massagem modeladora. Porém, ela não se identificava com tais produtos e, por isso, voltou todo o seu portfólio para o segmento holístico.

A estratégia deu certo. Atualmente a empreendedora Gaúcha atende cerca de 60 clientes por mês, boa parte a domicílio e os demais no espaço Corpo & Alma. E esta convicção de trabalhar com o que se gosta, aliás, é uma das grandes dicas que ela dá às mulheres que sonham em ter ou consolidar o próprio negócio. “Por isso eu acho tão importante que seja algo gosto de fazer, porque quando não é, o negócio torna-se maçante, desgastante.”

Com uma demanda tão expressiva e a criação de três filhos, sendo um deles um bebê de 1 ano, como Lu concilia tudo? Ela conta que o marido também é empreendedor e que eles dividem o cuidado com as crianças. “Mesmo assim tenho de rebolar. Meu companheiro e as dividimos toda a logística da casa e dos filhos. Senão, não tinha como”, continua.

Desafios e sonhos

Parece inadmissível que, em pleno 2018, várias profissionais ainda tenho de lidar com situações constrangedoras. Lu, por exemplo, conta que uma das suas principais dificuldades é a restrição dos clientes. Ela atende mulheres. Homens, só quando há indicação de conhecidos. Isso porque a profissional holística já recebeu propostas indecentes. “Eu até poderia explodir do meu público, mas evito por medo.”

Apesar desta questão, Lu encontrou no empreendedorismo uma forma de realizar sonhos, entre eles viajar pelo mundo. “Quando estiver bem velhinha, quero olhar para trás e dizer que tudo valeu a pena”, conclui.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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