Entrevistas

Mais que câmbio, Aldrey Zago vende sonhos

A Aldrey Zago é uma mulher com garra e simpatia. Não para nunca. Trabalha, nada, pedala, corre, investe, é empreendedora, palestrante, triatleta e colunista, mas antes de tudo é esposa, filha e neta. Não é à toa que, inquieta como se define, ela trocou o funcionalismo público pela instabilidade e desafios de ter sua própria empresa.

Bacharel em Direito  pela PUC de Uruguaiana/RS e Pós graduada em Direitos Difusos e Coletivos, no entanto, ela sonha com a estabilidade. Porém tem um conceito diferente do que tem a maioria das pessoas. “Para mim estabilidade não é ganhar sempre a mesma coisa. E eu queria poder fazer mais não só por mim mas pelos outros e no funcionalismo público vc fica engessado, por mais que você trabalhe demais as coisas não andam. Então decidi empreender com os pés no chão e levar por um bom tempo as duas coisas em paralelo. Trabalhar no funcionalismos público em esquemas de plantões de 24h e qdo não estava lá estava empreendendo  na área de finanças”, conta.

Depois de investir em cursos, estudando economia como autodidata e aprovada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e ANCOR (Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias), ela entrou em uma sociedade para ser corretora de valores e câmbio. A parceria, porém, não deu certo. “Sai do meu antigo escritório e estava caminhando pela rua e meu telefone tocou. Era um cliente querendo comprar dólares. Falei que não estava mais no escritório e que iria abrir a minha empresa  de câmbio. Ele me indicou dois nomes e eu liguei pra um deles e falei: “Olá, tudo bem? O fulano me passou seu contato eu gostaria de agendar uma reunião para amanhã às 10h!” Acho que pelo susto ele aceitou a reunião. No dia seguinte fui à reunião, que durou 3h15min, e sai de lá com parceria fechada. Então comecei a minha empresa AZM Assessoria em Câmbio”, diverte-se.

Diferenciais

A AZM consolidou-se como empresa que monitora gratuitamente o câmbio para clientes, além de informar o melhor momento de efetuar a compra de moedas estrangeiras. Além do papel moeda, Aldrey oferece remessas e transferências internacionais, seguro-saúde viagem, vistos e assessoria jurídica ao viajante.

A ideia deu tão certo que a empresa cresceu e hoje Aldrey também ajuda seus clientes a ganharem mercado. “Hoje temos o braço AZM Negócios, em que ajudamos o pequeno e médio empreendedor a crescer, formatando a área comercial e marketing, plano de negócios e se a ideia for muito boa entramos com aporte financeiro e nos tornamos sócios, como aconteceu com a empresa Lascka que faz capinhas de bambu feito à mão para celular. Além disso, participamos de projetos sociais  e também temos um braço  chamado AZM Conexões, em que realizamos palestras e workshops buscando oportunizar um ambiente de desenvolvimento que gere conexões.”

Sem glamour

Para que seus negócios emplacassem, Aldrey se dedicou muito aos estudos. Conta que a mudança do funcionalismo público para ter seu próprio negócio faz com que ela se sinta realizada. “Você é livre para sonhar e livre para crescer, você pode criar e inovar o tempo inteiro. Ser empreender é crescer para si e para os outros, pois suas ações refletem em todos à sua volta.”

Nem tudo, no entanto, são flores. “Mas claro que nem tudo é glamour. Por trás de todo o empreender tem o frio na barriga, a dúvida, o medo e mais de 12 horas por dia trabalhadas, pois mesmo você saindo do local de trabalho a sua mente não para! Você está sempre pensando e buscando oportunidade”, adverte.

Mas mais que ver sua empresa ganhando mercado e novas atuações, a empreendedora se sente satisfeita também com o propósito do seu negócio. “Realizamos um trabalho personalizado, onde cada cliente é único e costumo dizer que não vendemos simplesmente moeda. Dinheiro para nós tem um significado muito mais quente. Trocamos reais por sonhos, cliente troca dólares pelo sonho de conhecer Nova York. Cliente troca dólares canadenses por estudos, cultura. É sempre uma troca positiva e mesmo aqueles clientes que trocaram dinheiro para serem cobaias nos Estados Unidos, pois estavam com doenças raras, foram buscar uma sobrevida, esperança. Então o nosso desafia na AZM Câmbio é que as pessoas percebam o quanto essa troca é importante e positiva.”

Por fim, às mulheres que desejam empreender, a gaúcha de 36 anos aconselha que sejam caras de pau. “Decida o que não quer da sua vida. O que a gente quer, nunca saberemos pois são muitas coisas e elas mudam o tempo inteiro. Então saber o que você não quer mais para você te liberta”, finaliza Aldrey, que sonha em ver a AZM crescer cada vez mais, sem perder a essência.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

Você também vai gostar de

Posts populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *