Um dos principais desafios de quem quer empreender é conseguir se diferenciar da concorrência. Para isso, é necessário inovar sem abrir mão de tradições que deveriam fazer parte de qualquer negócio.
É aí o grande diferencial de Neide Ricardi, dona do Ki Doce é Esse? e do Bike Café, um charmoso espaço, localizado no interior da loja Concept Bike, onde os frequentadores podem saborear algumas das delícias oferecidas em seu cardápio, como o lanchinho de Berinjela, o bem casado e bombas de chocolate.
A oportunidade de instalar o Bike Café no interior de uma loja como a Concept Bike, que apresenta um novo conceito de atendimento para ciclistas na região do ABC, onde, além oferecer assistência técnica para bicicletas os clientes podem curtir um ambiente agradável e aconchegante para bate-papos, desde o início atraiu Neide Ricardi.
Tudo começou a partir do convívio com amigos que pedalam juntos pelas ruas da cidade – universo em que Neide se inseriu para acompanhar o interesse do marido e filho. “Foi um convite do Denis e da Madalena, donos da loja. Logo falei que não ia deixar de ser a Neide e me comprometi a montar um negócio legal, mas que não deixaria meu propósito”, lembra.
E qual é o propósito da empreendedora? Ser acolhedora. O cliente que vai ao café é recebido com sorrisos, de forma cuidadosa e prestativa. É assim que a empreendedora ciclista recebe todas as pessoas, de todas as classes sociais, que passam pelo seu negócio. “Gosto de valorizar as pessoas que vem aqui, não só dar atenção e contar histórias. Quero que as pessoas sintam que não estão apenas em mais um café, como tantos que existem, mas que, além de um atendimento realmente personalizado, poderá também encontrar pessoas interessantes com quem conversar”, continua.
Mais que bem acolher, Neide tem ainda outro segredo para cativar uma clientela fiel: prepara bolos e doces com um talento e cuidado, capaz de fazer com que o cliente se sinta comendo um “bolo da vovó”, feito com carinhos e mimos “que só as avós sabem dar”.
Um novo desafio
Neide resolveu empreender há quatro anos, quando o marido trocou de emprego e passou a ganhar menos. “Sou apaixonada por culinária. Respiro açúcar e canela. Adoro preparar doces e bolos, para em seguida acompanhar o prazer de quem os experimenta”, comenta a empreendedora.
Frustrada com a rotina doméstica, ela decidiu colocar seu talento a prova: fez um doce de banana, colocou-o em um pote e o ofereceu ao marido, que ficou surpreso e logo foi um grande apoiador da empreitada. “Ele deixou de pagar contas de casa para que eu pudesse comprar ingredientes”, emociona-se.
Os passos seguintes foram a especialização no Sebrae e a realização de cursos gastronômicos gratuitos. Para conquistar uma clientela inicial, Neide produziu ainda amostras para distribuir entre a vizinhança. O resultado foi certeiro e até hoje recebe encomenda doces, bolos e, especialmente, a palha italiana – maior especialidade da empresária.
Atualmente, a Ki Doce é Esse? trabalha apenas por encomenda, que são preparadas após as 22h – quando a família já está dormindo e Neide “tem a casa só para ela”. Mas, caso não consiga atender a demanda por questão de tempo, ela conta com a parceria de outras duas empreendedoras, que estão prontas para atender os clientes. “Conheci excelentes confeiteiras que precisam de oportunidade. Por que não dar oportunidades para essas pessoas também?”, questiona.
E assim, apostando em um modelo de negócios mais humano, tanto com clientes quanto com parceiros, a empreendedora almeja abrir a segunda unidade do Bike Café já no início do ano que vem. Tomara que dê certo.