Está na dúvida se o seu amigo está feliz ou bravo? Que tal perguntar a ele?
A comunicação interespécie é um dos maiores obstáculos que boa parte dos profissionais do mercado pet enfrenta em sua rotina. Agradar tutores e animais de estimação simultaneamente é um grande desafio (já falamos sobre isso em outra coluna, leia aqui) e entender a linguagem dos ães, gatos e outros pets é fundamental para evitar problemas, garantir a segurança do profissional e ver o sorriso no rosto dos clientes ao final do atendimento.
Nos cursos que ministramos para esses profissionais e nas consultorias em estabelecimentos que atendem esse nicho, costumo repetir uma frase fácil de lembrar e que pode fazer toda a diferença nessas horas: “perto do que faz bem, longe do que faz mal”. É assim que os cães, em especial, lidam com as situações: das mais rotineiras, como encontrar uma pessoa ou outro cão, às mais complexas, como chegar perto de um monstro chamado secador de pelos.
Aproximar e afastar
Se você está em dúvida se o seu cliente pet está gostando da interação com qualquer objeto, pessoa ou animal, que tal perguntar a ele? Cães buscam com muito entusiasmo situações que trazem algum bem-estar (perto do que faz bem). E tentam se afastar ao máximo do que, de alguma forma, incomoda (longe do que faz mal). Se eles não conseguirem, só resta uma saída: atacar. Pra ver se o monstro em questão se afasta de uma vez.
É claro que você não vai soltar um cachorro perto do outro se está em dúvida se ele está gostando ou não da interação, não é mesmo? Mas, se ambos estiverem na coleira, basta afastar seu pet e perceber se ele se acalma. Se sim, provavelmente está aliviado de ser retirado da situação. Faça outro teste: afaste-o do petisco e veja como ele não fica tão alegre assim…
Falar “cachorrês”
Daí a importância de estudar a linguagem dos cães, seus sinais de calma, de tentativa de apaziguar uma situação, e também seus sinais de pânico ou ataque. Nenhum ser vivo reage “à toa”: sempre existe um sentimento, uma associação, uma sensação boa ou ruim. Falar “cachorrês” é a chave para melhorar sua comunicação e seu relacionamento com os pets que você atende. Na dúvida, pergunte ao cão. Como bom cliente, ele sempre tem razão!