Por Mônica Rocha, do Planeje seu Futuro
Confesso que até pouco tempo não tinha vontade de ter um negócio próprio, achava que dava muito trabalho.
Comecei minha vida profissional muito cedo e pela história de meus pais, mãe funcionária pública, hoje aposentada, e meu pai típico dono de mercearia que migrou para o Ceasa [Centrais de Abastecimento] do Rio de Janeiro até aposentar-se. Teoricamente eu deveria tê-los puxado. Na teoria, sim. Na prática, não. Eu quis trabalhar em grandes corporações, seguir carreira e colocar à prova minha formação em Administração de Empresas.
Até que um belo dia um bichinho me picou. Era ele, o empreendedorismo. Mas eu não sabia por onde começar. O que fazer? E o dinheiro para o investimento? Largar o emprego? Abrir uma franquia? Sim, não, talvez? Meu Deus, para tudo que eu quero descer!
Eu trabalhava em uma franqueadora fazendo consultoria de campo, implantando unidades, fazendo supervisão, treinando e desenvolvendo pessoas. Lidava o tempo todo com empreendedores. Conheci e contribui para lindas histórias de vidas e negócios bem sucedidos. Alguns declinaram, mas isso é tema para outro artigo.
Conversei com muitas pessoas que tiveram a experiência de abrir empresa. Queria saber qual o sentimento e as responsabilidades de ser o “dono” do negócio. E foram várias histórias, boas e ruins, cada uma com seus pontos a serem discutidos.
Ouvi muita palavra de incentivo, mas também ouvi um “pra que, boba? Você tem um bom emprego. Não se preocupa com isso não. É preciso ter muito dinheiro para investir”.
E aí chegou a hora. Veio a tal demissão e senti que seria minha oportunidade. Que frio na barriga. Eu nunca tinha sido demitida antes. Taí, gostei. Agora é fazer o negócio do meu jeito.
Sempre fui muito estratégica e comecei a fazer o que eu considero o mais importante para quem quer abrir um negócio: informação. Dia e noite correndo atrás de informações. O que eu estudava e pesquisava? Vamos lá:
- O que é empreender?
- O que eu preciso ser e ter para me tornar uma empreendedora de sucesso?
- Quais negócios combinam comigo?
- Franquia ou minha própria marca?
- Sozinha ou com sócio?
- Quais qualidades e talentos eu precisaria ter?
E como diz a música Maria Maria, de Milton Nascimento:
“… mas é preciso ter força,
É preciso raça,
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida.”
Como eu já havia frequentado inúmeras vezes a Feira de Franquias, assisti muitas palestras e cursos. Mas num belo dia, em uma das palestras, ouvi que deveria escolher o negócio que eu tivesse domínio e afinidade. Daí por diante, me especializei naquilo que eu gostava.
Muito se fala que as pessoas estão empreendendo por necessidade devido às demissões e não por oportunidades. No meu caso, foi por ambos. Foi por amor e pelo desejo de compartilhar e por gratidão ao que a vida me deu: conhecimento.
Hoje, tenho uma empresa, Planeje Seu Futuro Consultoria e Treinamentos, com a Rosi Dopazo. Temos muitos projetos e sabemos o que vamos encontrar pela frente, mas é isso que nos move.
Não é fácil, mas é gostoso. É desafiador. Em breve, voltarei aqui para falar do meu negócio um pouco mais amadurecido.
Sucesso Pra Todas!
- Respostas das minhas perguntas (no meu entendimento):
- É buscar a realização do seu sonho. É fazer aquilo que se gosta e se quer com responsabilidade. Por que há consequências: sucesso ou insucesso.
- Garra, vontade, atitude, perseverança e resiliência.
- Aqueles que eu domino e gosto.
- Os dois modelos são bons. Tudo depende dos seus objetivos e se você segue normas e regras.
- Sozinha o ônus e o bônus são só seus. Com sócio(s) tudo é dividido na proporção do que for acordado. É importante seguir algumas dicas, em caso de sociedade: Procure conhecer o melhor que puder quem você estiver elegendo como sócio(s): caráter, conhecimento, se possui fundo para sociedade, seja ele intelectual ou financeiro.As normas e regras devem ser registradas, claras e seguidas por ambos, sempre. Não pode haver ingerência, ou seja, um não pode desdizer o outro, criticar ou não dar o aval mútuo nas decisões tomadas, principalmente se houver colaboradores envolvidos. O melhor a se fazer é conversar reservadamente, em caso de não concordância.Nunca, mas nunca mesmo, discutir perante terceiros, sejam eles colaboradores, fornecedores, nem tão pouco clientes. Isso mostra desarmonia. E não queremos isso para o nosso negócio não é mesmo? Cautela com parentescos. Na empresa as questões pessoais ficam em casa. O que importa é a competência.
- Gostar de vender, capacidade de se relacionar com as pessoas, visão de futuro, proatividade e muita vontade de aprender e compartilhar sempre.