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Quer vender projetos pelo Facebook? Conheça a estratégia de Greice Cardoso

Trabalhar em empregos fixos, como vendedora de lojas e recepcionista de academia, deixava a brasiliense Greice Cardoso entediada. Afinal, ela não tinha liberdade para criar produtos, pesquisar projetos ou mesmo gerenciar o próprio tempo. O que ela não sabia, no entanto, era que em vez de moda, ela teria o próprio negócio no segmento de móveis.

Greice percebeu seu talento criativo ainda na infância, quando criava roupas a partir de peças velhas. Já a oportunidade de criar móveis surgiu quando, para se dedicar aos estudos e trabalhar de segunda a sexta em horário comercial, ela conseguiu um emprego em uma loja de móveis. “Queria um emprego burocrático, fiz entrevista para ser secretária. Mas quando liguei para a loja para saber o resultado do processo seletivo, informaram que a vaga já tinha sido preenchida, mas me ofereceram uma vaga de projetista de móveis. E lá fui eu trabalhar com vendas de novo”, conta ela.

Para exercer a função, Greice teve de aprender a lidar com softwares e começou a criar projetos. “Aí me encantei. Comecei a gostar mais e mais de desenvolver a parte decorativa do cliente”, lembra ela, que cursou Design de Interiores e, para concluir com sucesso a sua formação, deixou o emprego novamente para se dedicar aos estudos. “Comecei a vender projetos 3D pelo Facebook. Fiquei seis meses assim.”

Parceria de sucesso

Formada em 2012, no ano seguinte Greice conheceu seu marido, com quem decidiu investir na  Studio D Linhas Móveis sob Medida. Enquanto Greice projeta os móveis, o marido, que é marceneiro, os executa. Assim, um dos grandes diferenciais da empresa é que, como as peças dos móveis são entregues pelos fornecedores já cortadas, a dupla entrega os móveis pré-montados e conseguem concluir a instalação dos projetos na casa dos clientes em tempo reduzido.

Mas trabalhar com o cônjuge tem de ter profissionalismo. Greice conta que, por passar tanto tempo ao lado do parceiro, as brigas eram constantes. “Eu misturava tudo com ele. Às vezes a gente explodia por algum motivo pessoal e, quando íamos discutir projetos, um ainda estava chateado com o outro. A solução foi separar os assuntos de trabalho do assunto do dia a dia da casa. Durante o dia a gente só fala de trabalho. Das 8 às 18h é só trabalho”, ensina.

Outra dificuldade inicial de Greice era precificar o seu trabalho. Para resolver este problema, ela investe em diversos cursos de empreendedorismo.

Prospecção e horizontes

Mais do que elaborar projetos e atender os clientes, Greice conta que uma das suas atribuições inclui ainda prospectar clientes. Ainda que a maior parte dos contratos venham de indicações, ela conta que usa o potencial das redes sociais, especialmente o Facebook, para vender novos projetos. “Faço projetos nos grupos e muita propaganda lá. Participo de discussões sobre outros assuntos que as moças postam e, quando elas conhecem o meu trabalho, falam comigo por inbox. Temos uma conversa mais informal e respondo muitas dúvidas antes de agendar visitas, porque muitas clientes não marcam a visita logo de cara. Temos que dar essa atenção”, ensina.

Outro cuidado que Greice tem é se adaptar aos horários dos clientes. “Antes meu marido e eu tínhamos uma postura errada. Pensávamos: ‘Vamos trabalhar das 8h às 18h’. Mas o período da noite é o que o cliente está em casa. Muitas das nossas visitas são à noite e sábado é o período em que mais trabalho. Então as pessoas têm aquela visão de que sou empresária, que trabalho pouco, mas muitas vezes tenho de abrir mão de momentos com a família no final de semana.”

Mas tanto esforço tem gerado frutos. Em breve, a empreendedora brasiliense vai se mudar para um escritório maior para atender os clientes com mais conforto. E ela também pensa em expandir sua atuação, para atender o mercado de reformas, já que, por conta da crise econômica, em vez de comprar novos imóveis, os consumidores estão procurando melhorar o espaço que eles já têm.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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