Entrevistas

Depois de 19 anos de mercado, Cris Santana decidiu recomeçar do zero

Coragem. É preciso muita coragem para trocar 19 anos de carreira no mundo corporativo para correr atrás do sonho de desenvolver pessoas. Cris Santana teve esta iniciativa há pouco mais de dois meses. Mas não pense que a medida foi impulsiva, pelo contrário. A empreendedora de São José dos Campos planejou a mudança por mais de um ano. “Hoje estou vivendo minha missão de vida, que é ajudar a contribuir com o crescimento as pessoas. Antes não estava sendo eu. Não estava satisfeita com a vida que levava, pois não me sentia realizada naquilo que estava fazendo. Medo de fracassar, medo do julgamento”, pontua.

Apesar de ser formada em Contabilidade, com pós-graduação em Finanças e Controladoria, Cris sempre sonhou cursar Psicologia – sonho que postergou até que alcançasse maior estabilidade profissional e financeira.

Porém, depois de atuar na Coca—Cola e outras empresas, ela investiu em um curso de programação neurolinguística enquanto ainda trabalhava no último emprego. “Incentivei uma faxineira antiga da empresa a voltar a estudar. Meus colegas então disseram que deveria investir em coach, coisa que eu já fazia naturalmente, mas nem percebia. Na época, não sabia o que era coach, pesquisei e decidi apostar”, continua.

Primeiros passos

Cris conta que concluiu sua primeira formação em coaching em fevereiro do ano passado e, desde então, continua se aprimorando. “Faço mais e mais cursos, primeiro porque é uma área muito nova para mim e também porque preciso renovar meus conhecimentos para ter mais conteúdo para passar aos coaches.”

Desde então, ela já atendeu 32 pessoas, porém conciliava emprego fixo e atendimentos noturnos. “Tem que ter muita coragem de jogar tudo para cima. Mas quando isso está alinhado com os seus valores, isso não se torna um fardo. Planejei mais de um ano esta transição. Sabia que não ganharia inicialmente o que ganhava no mercado financeiro, mas estipulei uma meta de economia mensal e juntei dinheiro para realizar a transição”, revela.

A coach conta que ainda está em lua de mel com o empreendedorismo, pois consegue ter mais qualidade de vida e se sente realizada profissionalmente. Porém, além de expandir o número de coaches, ela tem como desafio encontrar um nicho para consolidar seus trabalhos. “Era life coach, mas agora estou me voltando ao empreendedorismo, pois das 32 duas pessoas que atendi ano passado, 12 me procuraram para desenvolver carreira e negócios.”

Outro obstáculo inicial é ter um diferencial, pois Cris conta que, até o momento, os clientes a procuraram por se identificar com a história dela. “Perdi mais de 15 quilos recentemente e as pessoas sentem empatia”, pontua.

De acordo com a nova empreendedora, o que mais trava os empreendedores que ela atendeu até o momento é o medo de julgamentos. “Muitas pessoas sabem a direção que têm de seguir e o que têm de fazer, mas o que trava é a crença limitante e a procrastinação”, observa.

Por fim, Cris conta que seu sonho é não ter de voltar para a área financeira. “Seria muito frustrante para mim, pois abri mão da área para viver o meu sonho. No momento não estou preocupada com dinheiro, mas quero conseguir me manter e continuar vivendo a minha missão”, finaliza.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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