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Com lancheiras saudáveis, Larissa Souza transformou R$ 3 mil em R$ 1 milhão

Mais que um desafio diário para as mães, que tem de preparar refeições saudáveis para os filhos todos os dias, montar a lancheira dos filhos pode contribuir para um problema maior ainda: a obesidade infantil, epidemia que atinge uma em cada três crianças brasileiras, de acordo com o Ministério da Saúde.

Foi neste contexto que Larissa Souza se inseriu. Preocupada com a refeição das filhas, a assistente social foi à escola para ver o que as outras mães mandavam na lancheira das crianças. “Fui surpreendida com a quantidade de produtos industrializados e aí tive a ideia de preparar lanches para as crianças. Nasceu então a Snack Saudável”, conta.

Início

Formado em assistência social, Larissa conta que nunca passou apertos financeiros porque sempre gostou de vendas. Ainda na adolescência, vendia caixas de presente que produzia nos intervalos entre os estudos. Já a juventude, passou a vender cosméticos e, aos 17, começou a trabalhar em ONGs e projetos sociais, atividade na qual se graduou. “Trabalhava na prefeitura com saúde social e abrigo com de crianças em risco e vulnerabilidade social. Estava bastante estressada, porque eram trabalhos mentalmente desgastantes. Já tinha duas filhas pequenas e estava na luta de trabalhar em dois empregos”, lembra.

Há pouco mais de três anos, Larissa decidiu se reinventar. Pediu as contas e, em janeiro de 2016, investiu R$ 3 mil para começar a preparar as lancheiras. “Cheguei à escola onde minhas filhas estudavam para divulgar o trabalho. Cheguei até a fazer nas reuniões de pais e pesquisa com quanto os pais gastavam com lanches. Mas não veio nenhum cliente”.  

O poder das mídias sociais

Diante das negativas na escola, ela compartilhou a novidade nas redes sociais e no WhatsApp com as amigas. Aí o retorno foi imediato. As amigas colocaram nos grupos de outras escolas e isso se multiplicou. Comecei com 18 clientes no primeiro dia e no final daquela semana tinha 60 clientes”, emenda.

O que Larissa não esperava era receber o contato de veículos de comunicação, exposição que só fez o negócio crescer ainda mais. “Era MEI [microempreendedor individual] e as pessoas queriam comprar a franquia. Não tinha dinheiro e nem nada. Mas se as pessoas queriam comprar a ideia, precisava vendê-la”.

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Para tirar a franquia do papel, Larissa vendeu a própria casa para investir no negócio. “Mas ninguém fechava negócio. No desespero, chamei o marido de uma amiga para ser investidor, pois ia perder o timing do negócio. Aí começamos o processo de expansão e, formatado o negócio, vendi a primeira franquia em 15 dias. Agora somamos dois anos de expansão e conseguimos 56 clientes”, comemora.

Desafios

Uma das principais dificuldades que a empreendedora enfrentou foi encontrar fornecedores de embalagens que as crianças gostassem de carregar. Agora como franquia, a empreendedora encontrou na logística mais um empecilho para a expansão do seu negócio, já que a qualidade das estradas na região norte do país e o posto com transporte e inviabiliza o transporte terrestre da empresa e, consequentemente, a padronização de ingredientes e embalagens.

Como dica para quem almeja ter um negócio bem sucedido, Larissa aconselha iniciativa. “A gente precisa ter coragem. Ideias, ouvi inúmeras pessoas que têm, mas sem coragem de tirá-las do papel. Só saberia se o meu negócio daria certo testando e fazendo. Tive de vencer o medo de empreender, porque é um desafio, de fato. Antes de iniciar a Snack tive muito medo. Até que um dia acordei, tomei coragem e divulguei para o pessoal e o negócio aconteceu.”

Hoje trabalhando em média de 10 horas por dia, Larissa soma 11 funcionários diretos e outros cinco empregos indiretos. São 32 franquias ativas, que atendem em média 170 clientes. Assim, a Snack Saudável fatura R$ 1 milhão por ano. E para os próximos passos, a empreendedora sonha em viajar mais e ter uma vida mais tranquila. “Quero administrar bem meu tempo para curtir a família”, finaliza. 

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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