Entrevistas Moda

Como se reinventar enquanto empreendedora? A Karine Stefano te conta

Empreender não é uma linha reta. O simples fato de atingir uma meta não significa que o dono do próprio negócio terá estabilidade para sempre. Pelo contrário. Assim como em todos os setores da vida. Com Karine Stefano é assim: uma trajetória cheia de mudanças, adaptações e muito esforço. “Já tive confecção e marca própria, mas a vida foi levando. Por conta do casamento e filhos, tive de dar uma brecada na parte profissional. Tinha uma loja no shopping, mas não estava dando conta. Então fechei a loja para cuidar da minha filha, que nasceu em 2014”, resume.

No mercado de moda há 16 anos, a empreendedora sempre sonhou em ser reconhecida neste segmento. “Entrei na faculdade com 17 anos. Quando conclui o curso, trabalhei em empresas legais na área, passei por alguns lugares e tive experiências e bagagens muito legais. Mas durante a madrugada, produzia algumas coisas para vender”, lembra.

Infeliz com o mercado de trabalho, Karine investia na própria marca e já conseguia vender suas produções no atacado. O retorno, porém, não compensava. “Então, em 2010, decidi abrir uma loja. Levei dez anos para criar minha marca e conquistar a loja própria.”

Desafios

Lidar com fornecedores grandes, a fim de aumentar margem, foi um dos primeiros desafios de Karine, que cortava peças no quartinho de casa de madrugada e fim de semana com a ajuda do marido – que sempre a apoiou no processo de desenvolvimento da empresa. Mesmo depois de conquistar a loja, ela ainda tinha de assumir diversas funções na empresa homônima. “Passava 12 horas em pé, virava Natal e Ano Novo. Ter uma marca não é só a parte criativa. Tem que botar a mão na massa e ajudar no dia a dia.”

Quando a filha nasceu, aliás, Karine estava no olho do furacão: o final da gestação coincidiu com as festas de fim de ano. “Minha filha nasceu em janeiro, período de liquidação. Não queria ter a menina com 15 dias, 30 dias, no provador de uma loja”, continua Karine, que diante do cenário que já indicava dar sinais de crise, com vendas abaixo do esperado, decidiu tirar um período sabático para ser mãe em tempo integral.

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Retorno

Ficar apenas em casa cuidando de criança não satisfaz a empreendedora paulistana. Por isso, no início do ano ela decidiu voltar ao mercado de trabalho. Mas antes, precisava redescobrir o seu sonho. “Já tinha conseguido um patamar, de ter o meu nome estampado no shopping. Minhas roupas eram como se fossem filhas. E as pessoas saíam da loja com a sacola abraçada. Depois da gestação, pensei em como poderia ter reconhecimento e cuidar da minha família. Então estou estudando bastante e decidi investir em consultoria de imagem [conheça o site dela aqui].”

Em fase de prospecção de clientes, a empreendedora agora enfrenta mais um obstáculo: conciliar a atividade com a segunda gestação. “Como vou fazer atendimento, me deslocar para atender clientes? Nem pensar. Vou me especializar em atendimento online. Tive que remodelar todo o meu atendimento, desenvolver meu método para atender de qualquer lugar”, pontua.

Outro desafio que Karine enfrenta é desmistificar o imaginário de que consultoria de imagem é cara e para artistas. “Ainda é uma área muito recente no país. Agora vou me especializar no pós maternidade, mulheres que querem retomar a vida e se redescobrir como mulher. É a linguagem que falo e que vivi. E este é o meu maior desejo hoje: ser procurada por pessoas para ajudá-las na autoestima e autoconhecimento”, finaliza.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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