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As dicas de Carol Macéa para que você se torne expert em relacionamentos

Como divulgar o próprio negócio está entre as principais dúvidas das empreendedoras em geral. E neste quesito, Carol Macéa é expert. A relações públicas de 32 anos trabalhou no departamento de marketing e na área comercial de diversas empresas até perceber que sua criatividade e dedicação poderiam viabilizar sua própria agência.

À frente do Carol Macéa Marketing e Relacionamento desde 2012, hoje a empresária comanda sua agência “boutique” de Gestão Criativa de Mídia Espontânea, em que a principal atuação é atrair mídia espontânea para os clientes, entre eles a H2OH e Schweppes. “Através de um processo criativo elaboramos projetos customizados, bolamos e concebemos histórias originais, e contatamos os influenciadores adequados dentro do nosso mailing diversificado para vivenciá-las e transmiti-las. O resultado deste trabalho é visto em mídias sociais e veículos de comunicação, gerando maior visibilidade e construção de marca de forma continua para nossos clientes”, explica.

Conheça um pouco mais sobre a empreendedora e suas dicas para quem quer investir no relacionamento com o cliente como diferencial do negócio.

Voa, Maria – Quais atividades profissionais já desenvolveu antes de tornar-se uma empreendedora?

Carol: Sou formada em Relações Públicas pela FAAP, atuei no marketing, área comercial e produção criativa de empresas como Veja São Paulo, Triumph Internacional, Infraero, D’antino Agentes. Criei temporariamente uma agência de produção de eventos e, em 2011, idealizei o Fashion Day IN, evento de moda realizado semestralmente no Mube (Museu Brasileiro da Escultura), onde realizei 6 edições.

Atuei como produtora em alguns dos principais eventos de moda, gastronomia e entretenimento, e ainda prestei consultoria de branding [gestão de marcas] para marcas parceiras até começar a comandar desde 2012 meu próprio escritório.

Voa, Maria – Por que decidiu partir para o empreendedorismo?

Carol: Primeiro porque nunca me encaixei bem no perfil corporativo. Por ser uma pessoa mais notívaga, prefiro fazer meus horários e trabalho melhor em horários alternativos. No fundo também sempre me senti limitada dentro de organizações, onde minha criatividade não era devidamente explorada.

Voa, Maria – Quando e onde nasceu o interesse pela sua área de atuação?

Carol: Sempre fui muito criativa, desde pequena, e em todas as empresas que trabalhei, por mais tradicionais que elas fossem, acabava dando um jeito de sair do usual. Mas foi quando dirigia o Fashion Day IN, durante as reuniões criativas de ativação dos patrocinadores, que nasceu meu gosto por criar brand experience. Gostava de imaginar formas ousadas para a marca interagir com seus clientes e propects. Sempre me soou mais verdadeiro do que a simples exposição de produtos ou logo. Na minha opinião, a construção de um relacionamento acontece quando os dois lado se interessam um pelo outro, porque os dois têm a oferecer. Alguns patrocinadores do evento tentavam me convocar para trabalhar na área de marketing dessas empresa após o processo de criação das ativações do Fashion Day In, e então comecei a prestar consultoria.

Voa, Maria – Quando e por que decidiu fazer do marketing o seu negócio?

Carol: Eu nunca decidi. Eu fazia isso com naturalidade durante o Fashion Day IN para vender cotas de patrocínio do meu evento, então alguns patrocinadores começaram a me convidar para trabalhar na empresas deles. Ficava tentada, mas já tinha consciência de que não me encaixava mais no perfil corporativo. Até que um dia resolvi fazer consultoria criativa para o marketing de um deles, o que deu muito certo e abriu as portas para outros clientes. Assim naturalmente as coisas aconteceram e evoluíram.

Voa, Maria – Quais os principais desafios e dificuldades (pessoais e profissionais), que teve de superar em sua trajetória?

Carol: Aprender a negociar. Sou péssima negociadora, não sei e não gosto de cobrar as pessoas e fico sem graça com esse assunto. Gosto de criar e produzir. Criar um título para o meu trabalho também foi um desafio, já que é um formato que ainda não existia.

Voa, Maria – Investir em você mesma foi um ponto fundamental para dar viabilidade ao seu negócio? Por quê?

Carol: Investir em mim mesma foi o único ponto para a viabilidade do meu negócio, porque o negócio depende 90% de mim. Sou eu que crio cada detalhe das ativações, e eu que contato os influenciadores através do meu relacionamento. Além de todo o trabalho, preciso investir em horas sociais e horas livres para contato com a arte, para manter minha criatividade aflorada.

Voa, Maria – Quais aspectos teve que aprimorar em você mesma para tornar-se uma empreendedora de sucesso? Como fez isso?

Carol: Precisei aprender a negociar e me aprofundar no mundo das burocracias contratuais e de planilhas e cronogramas. Precisei deixar meu lado só criativo de lado e aprender a organizar minhas rotinas. É preciso disciplina para conseguir cuidar de 10 clientes ao mesmo tempo. Fiz isso na marra, chegou uma hora que ou eu me disciplinava ou ia perder o controle das coisas. Acabou dando certo.

Voa, Maria – Como você se relaciona com seus clientes? Você consegue dimensionar o impacto do seu trabalho na vida deles?

Carol: A maior parte dos meus clientes acaba virando meus amigos. Acho que por eu ser muito espontânea e meio “palhaça”, talvez traga um pouco mais de leveza para o dia a dia deles e das empresas. Gosto de quebrar o gelo corporativo e acabamos ficando mais próximos.

Voa, Maria – Quais dicas de gestão você daria para as mulheres que estão iniciando no empreendedorismo?

Carol: Ser apaixonada pelo que faz. Também é preciso ser persistente, nada é fácil. Desistir pode parecer a única solução em alguns momentos, mas não é. Aconselho ainda a não ter medo de trabalho. E colocar a mão na massa nos mínimos detalhes do seu negócio é o melhor jeito de conhecê-lo bem.

Camila Bez

Jornalista especialista em contar histórias de superação. Feminista, sonha em criar um mundo mais igualitário e justo para as mulheres por meio da informação e do empoderamento econômico.

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